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Estado de Minas RAMALLAH

Morte de ativista detido pela Autoridade Palestina provoca manifestações em Ramallah


24/06/2021 14:48

Um ativista de direitos humanos e crítico da Autoridade Palestina morreu nesta quinta-feira (24) horas depois de sua prisão pelas forças de segurança na Cisjordânia ocupada, causando indignação e manifestações no território.

A família do ativista Nizar Banat, de 43 anos, acusou as forças de segurança palestinas de "agredi-lo na cabeça com pedaços de pau e ferro" e de "assassiná-lo deliberadamente", em uma declaração publicada no site de notícias palestino Quds.

Banat foi preso ao amanhecer na região de Hebron (sul da Cisjordânia), onde vivia, pelas forças de segurança, disse o governador local, Jibrin al Bakri, que não especificou o motivo da prisão.

Durante a detenção, "seu estado de saúde se deteriorou, e ele foi levado imediatamente para o hospital de Hebron, onde os médicos o examinaram e onde (...) foi declarado morto", acrescentou Bakri.

Procuradas pela AFP, as forças de segurança palestinas não quiseram comentar o caso.

Banat é conhecido por seus vídeos postados no Facebook. Neles, critica a Autoridade Palestina liderada por Mahmud Abbas, a quem acusa de corrupção.

Foi candidato às eleições legislativas palestinas que seriam realizadas em maio e acabaram sendo adiadas por Abbas.

Em maio, a representação da União Europeia ante os palestinos manifestou sua "preocupação", após uma batida policial na casa do ativista.

Em novembro de 2020, expressou seu alarme depois que Banat foi detido por quatro dias por publicar um vídeo crítico contra a Autoridade Palestina.

"Às 03h30 da manhã, cerca de 25 pessoas entraram na casa onde estávamos", disse seu primo, Hussein Banat, à AFP.

Ele foi atingido na cabeça enquanto dormia, acrescentou.

As forças de segurança "apontaram suas armas para nós e nos impediram de nos mover", acrescentou. Já haviam realizado uma batida na casa de Nizar Banat em maio.

O primeiro-ministro palestino, Mohammed Shtayyeh, anunciou a abertura de uma investigação.

- Protestos -

Logo após o anúncio de sua morte, os palestinos tomaram as ruas de Ramallah e Hebron, exibindo retratos do militante.

Enquanto se dirigiam para Muqata, o palácio presidencial em Ramallah, foram alvos de gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral das forças de segurança palestinas, constatou um jornalista da AFP no local.

O movimento islâmico palestino Hamas, rival do partido Fatah de Abbas e no poder no enclave palestino de Gaza, considerou Abbas "totalmente responsável por todas as consequências" da morte do militante.

Cerca de 84% dos palestinos veem a Autoridade Palestina como corrupta, de acordo com uma pesquisa divulgada em meados de junho pelo Centro de Investigação e Pesquisas de Políticas Palestinas (PCPSR), com sede em Ramallah.

Na terça-feira, Issa Amro, ativista dos direitos palestinos que vive em Hebron, afirmou no Twitter que foi detido por um breve período após uma postagem no Facebook criticando as detenções políticas.

A Autoridade Palestina exerce poderes limitados sobre cerca de 40% da Cisjordânia, território palestino ocupado pelo exército israelense desde 1967.

Israel, que controla todos os acessos, administra o restante desse território, além das colônias ali implantadas.


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