Tikhanovsky, o líder histórico da oposição, Mikola Statkevitch e outros opositores são acusados de "preparar a desordem em massa" e de "incitar o ódio".
A portas fechadas, seu julgamento acontece no centro de detenção de Gomel, onde Tikhanovsky permanece preso há um ano. Seus familiares não poderão acompanhar o processo.
A ONG bielo-russa Viasna divulgou um vídeo da chegada dos seis réus. Eles foram instalados em duas salas diferentes e assistirão à audiência em uma jaula.
Na chegada, Statkevitch gritou "Viva Belarus", a palavra de ordem da oposição durante as manifestações do verão e outono de 2020 contra a reeleição considerada fraudulenta do presidente Alexander Lukashenko. O governo respondeu aos protestos com uma dura repressão.
"Sergei foi preso em 20 de maio de 2020 (...) Todos entendem que este não é um julgamento, mas uma vingança pessoal de quem se apoderou e retém o poder com violência", denunciou Svetlana Tikhanovskaya, em uma mensagem de vídeo.
O opositor, de 42 anos, foi detido, enquanto fazia campanha para a eleição presidencial de agosto de 2020. Ficou conhecido com os vídeos, nos quais denunciava a corrupção do governo e o presidente Lukashenko.
Outros candidatos da oposição também foram detidos antes da votação, mas Lukashenko havia autorizado a candidatura de Svetlana Tikhanovskaya, ironizando-a.Ela surpreendeu, ao se aliar a outros candidatos e mobilizar multidões nunca vistas.
O anúncio da reeleição de Lukashenko com 80% dos votos deflagrou um movimento de protesto. Durante meses, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas, até serem gradualmente reprimidas. Svetlana seguiu para o exílio.
Na terça-feira (22), o também ex-candidato à Presidência Viktor Babariko, então considerado o mais forte concorrente na disputa eleitoral, recebeu 15 anos de prisão.
MOSCOU