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Estado de Minas BOGOTÁ

Conferência arrecada mais de US$ 1,5 bilhão para atender êxodo venezuelano


17/06/2021 20:10

Mais de 30 países, liderados pelos Estados Unidos, prometeram mais de 1,5 bilhão de dólares para apoiar os venezuelanos que fugiram de seu país em meio a uma grave crise.

Uma conferência internacional, organizada pelo Canadá com o apoio da ONU, e que foi rotulada de "farsa" pelo governo de Nicolás Maduro, teve o objetivo de arrecadar 1,44 bilhão de dólares para enfrentar a segunda maior crise migratória do planeta.

A meta foi superada com o compromisso de 30 países de contribuir com 954 milhões de dólares, além de 600 milhões em empréstimos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

"Estamos em um momento crítico", disse o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, em um comunicado. "A pandemia de covid-19 atingiu a América Latina e o Caribe com ferocidade particular, no momento em que eles lutam para responder ao segundo maior deslocamento de pessoas no mundo para fora de seu país".

No ano passado, menos da metade dos fundos necessários para enfrentar a crise foram arrecadados, então a ministra canadense para o Desenvolvimento Internacional, Karina Gould, saudou o "aumento significativo" na "resposta da comunidade mundial". "Terá um impacto muito significativo sobre os migrantes venezuelanos e suas comunidades anfitriãs", disse.

De fato, Antonio Vitorino, diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, estimou que o montante deve beneficiar "cerca de 3 milhões" de venezuelanos, pouco mais da metade dos 5,6 milhões de migrantes, estimados pelo Alto Comissariado para as Migrações (Acnur), que fugiram de seu país desde o fim de 2015.

- 'Unificar e somar esforços' -

A maioria dos migrantes foi acolhida por 17 países da América Latina e do Caribe, em meio à pior crise da história recente da ex-potência do petróleo. "Este desafio migratório precisa de recursos, desembolsos", disse o presidente da Colômbia, país que mais recebe esses migrantes.

A Venezuela está em recessão há oito anos e sua crise política se agravou em janeiro de 2019, quando o líder da oposição Juan Guaidó, então presidente do Parlamento, declarou-se presidente interino.

Os principais doadores para a conferência foram os Estados Unidos, com 400 milhões de dólares, seguidos pela União Europeia (US$ 180 milhões), Alemanha (US$ 97 milhões), Canadá (US$ 94 milhões) e Espanha (US$ 60 milhões). O evento também reuniu novos doadores, como Austrália, Chipre, Letônia, Lituânia, Polônia e Nova Zelândia.

Os fundos, disse Gould à AFP, serão usados para assistência humanitária, ajuda alimentar de emergência, cuidados básicos de saúde e educação nesses países, assim como na Venezuela.

"Uma parte será (desembolsada) na própria Venezuela porque reconhecemos que uma das melhores maneiras de ajudar a resolver esta crise é garantir que os venezuelanos tenham acesso às necessidades básicas", explicou Gould, em entrevista na qual destacou uma recente "maior abertura" por parte do governo Maduro para permitir a entrada de agências de ajuda internacionais e ONGs.

- 'Discriminação e xenofobia' -

Entre 1.800 e 2.000 venezuelanos continuam fugindo de seu país todos os dias, segundo o Acnur. "Prevemos que esses fluxos continuem crescendo no restante do ano", disse Vitorino.

A chancelaria, por sua vez, condenou "o cinismo dessa convocação caricatural" e exigiu "que os governos e organizações que participam de tão óbvia farsa cessem seus atos de agressão política, econômica e comunicacional". "Exibem uma leitura cínica da situação dos migrantes de origem venezuelana, omitindo escandalosamente tanto as causas relacionadas à imposição de um bloqueio criminoso por meio de sanções ilegais", que incluem um embargo de petróleo desde 2019, "até às situações de discriminação e exploração a que estão sujeitos".

Enquanto isso, Guaidó, reconhecido presidente por vários dos países participantes, agradeceu pelas contribuições. "Devemos nos unir e somar forças para uma solução na Venezuela", disse.

Durante o evento, no qual não foi feito nenhum anúncio sobre os compromissos assumidos pelos países doadores, também interveio o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que garantiu que "os venezuelanos enfrentam uma crescente discriminação e xenofobia" e que a "covid-19 tem agravado esta situação".

A América Latina, onde permanece a maioria dos migrantes venezuelanos, foi duramente atingida pela pandemia de coronavírus, que já causou mais de 1,2 milhão de mortes e infectou 35 milhões de pessoas na região, onde a vacinação avança em ritmo mais lento.


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