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Estado de Minas TEERÃ

Irã defende seriedade de eleição presidencial


17/06/2021 09:42

A eleição presidencial no Irã é uma "disputa séria", defendeu nesta quinta-feira (17), véspera da votação, o porta-voz do órgão de controle eleitoral.

Quase 60 milhões de iranianos estão registrados para comparecer às urnas para eleger na sexta-feira (18) o sucessor de Hassan Rohani, um moderado na cena política iraniana, que não pode se candidatar à reeleição este ano após dois mandatos consecutivos de quatro anos.

A eleição será realizada num contexto de grave crise econômica e social, exacerbada pela pandemia de covid-19, e em um pano de fundo de claro descontentamento geral misturado com desencanto entre a população.

O ultraconservador Ebrahim Raissi, chefe do Poder Judiciário de 60 anos, é o favorito, por falta de concorrentes à altura após a desclassificação de seus principais adversários políticos pelo Conselho dos Guardiães da Constituição, órgão não eleito responsável pelo controle eleitoral.

Por ocasião da tradicional coletiva de imprensa que antecede a votação, o porta-voz desta instituição, Abbas-Ali Kadkhodai, declarou que os três debates televisionados entre os candidatos, "mesmo com alguns inconvenientes, mostraram que (...) a disputa política é séria".

"A mídia e o povo são testemunhas de que esta é uma boa disputa", acrescentou, embora a imprensa em geral tenha considerado os debates enfadonhos.

A campanha eleitoral terminou oficialmente nesta quinta-feira às 7h00 (23h30 de quarta-feira no horário de Brasília).

Dos quase 600 candidatos, o Conselho de Guardiões da Constituição autorizou apenas sete homens a disputar a presidência, mas três deles desistiram na quarta-feira.

Destes, dois pediram votos para Ebrahim Raissi.

A situação dá a muitos iranianos a sensação de que o jogo foi decidido de antemão para garantir a vitória de Raissi.

Raissi é conhecido por ser próximo do guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, que apelou aos seus compatriotas mais uma vez na quarta-feira a não ouvir os pedidos de boicote à votação nas redes sociais e para que compareçam às urnas em grande número para eleger um "presidente poderoso".

O aiatolá Khamenei adotou o velho mantra de que os "inimigos" do Irã, em particular "a mídia americana e britânica, estão fazendo todo o possível para desafiar (e) minar as eleições da República islâmica".

Kadkhodai repetiu nesta quinta-feira que seu órgão de controle eleitoral não formula uma "avaliação política" dos candidatos e que apenas aplica "a lei eleitoral".

De acordo com as poucas pesquisas disponíveis, a abstenção pode bater o recorde de 57% das legislativas de 2020.

A polêmica sobre as desqualificações voltou à tona nos últimos dias com a publicação de um vídeo do ex-ministro da Inteligência Heydar Moslehi revelando que havia recomendado a invalidação da candidatura do ex-presidente Akbar Hashim Rafsanjani (1989-1997) quando ele quis disputar as eleições em 2013.

Questionado sobre o fato, Kadkhodai, que já era membro do Conselho na época, afirmou ter assistido ao vídeo do exame da candidatura do ex-presidente e sustentou que Moslehi "não disse o que afirma ter dito".

A prioridade do futuro presidente será a recuperação da economia. Neste ponto, os quatro candidatos em disputa concordam que se trata do levantamento das sanções americanas impostas sob a presidência de Donald Trump, objeto das negociações em curso na capital austríaca para salvar o acordo de Viena pela reintegração dos Estados Unidos.


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