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Estado de Minas GENEBRA

Putin e Biden realizam cúpula 'positiva", mas EUA alerta sobre ataques cibernéticos


16/06/2021 17:33 - atualizado 16/06/2021 17:37

O presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo americano, Joe Biden, ficaram moderadamente satisfeitos nesta quarta-feira (16) com sua primeira cúpula em Genebra, que buscou reduzir a tensão, embora o presidente dos EUA tenha traçado uma linha vermelha em relação a futuros ataques cibernéticos.

"As conversas foram absolutamente construtivas", afirmou Putin durante uma coletiva de imprensa sobre a reunião de três horas e meia com Biden, que em uma coletiva de imprensa separada classificou o tom da cúpula de "bom" e "positivo".

Mas, em uma clara ruptura com a ambiguidade de seu antecessor, Donald Trump, o presidente americano assegurou que advertiu claramente seu colega russo contra ataques cibernéticos e interferência russa.

"Disse-lhe claramente que não toleraríamos tentativas (...) de desestabilizar nossas eleições democráticas e que responderíamos", disse Biden, referindo-se à eleição presidencial de 2016.

O líder norte-americano deu-lhe também uma lista de 16 "infraestruturas críticas" (energia, distribuição de água, etc) que, na sua opinião, são "intocáveis".

Questionado no final da coletiva de imprensa por que achava que Putin mudaria seu comportamento, ele ficou furioso e disse que nunca havia sugerido tal coisa.

Os dois líderes também concordaram em iniciar um diálogo sobre "segurança cibernética".

- Sem apetite para a Guerra Fria -

Os dois líderes concordaram com o retorno de seus respectivos embaixadores, um gesto de apaziguamento nas tensas relações entre os dois países desde que Biden assumiu o poder.

Os embaixadores "voltarão aos seus locais de trabalho. Quando exatamente é uma questão puramente técnica", disse Putin, que também apresentou possíveis "compromissos" para uma troca de prisioneiros.

Depois que Biden comparou Putin a um "assassino", a Rússia convocou o seu embaixador Anatoli Antonov para os EUA para uma conversa em março, e seu homólogo americano em Moscou, John Sullivan, retornar em abril a Washington.

Sobre Joe Biden, o chefe de Estado russo disse que ele era "uma pessoa construtiva e equilibrada". "Algo que eu esperava", comentou.

E sobre Vladimir Putin, seu homólogo disse que "a última coisa que ele quer agora é uma Guerra Fria" com os Estados Unidos, embora reconheça as diferenças na questão dos direitos humanos.

O russo fez uma longa crítica aos Estados Unidos perante os jornalistas, evocando desde o ataque ao Congresso em 6 de janeiro ao bombardeio de civis no Afeganistão, à violência policial contra a minoria afro-americana.

"São comparações ridículas. Uma coisa são criminosos rompendo o cordão policial (...) outra é o povo desfilar no Capitólio e denunciar que não tem permissão para falar livremente", respondeu Biden.

O americano, que antes de viajar a Genebra se reuniu com seus aliados do G7, a Otan e a União Europeia (UE), havia alertado esta semana que a morte do oponente russo Alexei Navalny "deterioraria as relações".

Sobre o destino do oponente preso depois de estar prestes a morrer por um envenenamento que atribui ao Kremlin, Putin se limitou a dizer que "esse homem sabia que estava infringindo a lei na Rússia".

- "Duas grandes potências" -

Apesar das tensões, a cúpula realizada na elegante Villa La Grange começou com um aperto de mão entre os dois líderes.

Biden havia proposto no início das discussões ao seu homólogo russo uma relação mais "previsível", estimando que "duas grandes potências" deveriam administrar suas divergências de uma forma "racional".

Nos últimos dias, os observadores relembraram a famosa cúpula em Genebra entre os presidentes Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchov em 1985, que marcou o início do degelo da Guerra Fria.

O presidente russo tem uma longa experiência com encontros de cúpula. Desde que assumiu o poder, no final de 1999, ele conheceu quatro presidentes americanos. Biden é o quinto.

Muitos especialistas concordam que Putin já conseguiu o que mais desejava: realizar a cúpula como um sinal da importância da Rússia no cenário mundial.

Biden presenteou Putin com seus óculos de sol de aviador favoritos e uma escultura de vidro de um bisão americano.

Ao sair, Putin disse: "Você precisa olhar ao seu redor e dizer a si mesmo que este é um mundo maravilhoso."

Mais abruptamente, Biden despediu-se dizendo: "Fiz o que vim fazer."


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