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Estado de Minas GENEBRA

OMS alerta que coronavírus ainda circula mais rápido do que vacinas


14/06/2021 14:37

Um vírus que circula mais rápido que as vacinas, promessas insuficientes do G7, pouco apoio financeiro internacional... A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta segunda-feira (14) uma grande solidariedade para erradicar a pandemia.

Na cúpula deste final de semana na Inglaterra, os dirigentes do G7 anunciaram a doação de 1 bilhão de doses - das quais 870 milhões de doses se somam aos compromissos assumidos desde fevereiro - de forma direta ou em ajuda financeira ao sistema de distribuição Covax.

"Precisamos de mais, e mais rápido. Mais de 10.000 pessoas morrem todos os dias. Essas comunidades precisam de vacinas, e precisam delas agora, não no ano que vem!", insistiu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista coletiva.

"Neste momento, o vírus está se movendo mais rápido do que a distribuição global de vacinas", lamentou.

Se uma parte da população dos países ricos volta a ter uma vida normal graças à vacinação, o progresso ainda é frágil nos países menos privilegiados, em grande parte privados de doses.

O Covax distribuiu mais de 85 milhões de doses para 131 países e territórios em 14 de junho, muito menos do que o esperado.

ONGs e parceiros da OMS também estão preocupados.

"Precisamos de mais clareza sobre o número real de doses administradas e o tempo exato que levará para que suas promessas se concretizem", comentou à AFP Yuanqiong Hu, de MSF.

A OMS quer que pelo menos 70% da população mundial seja vacinada até a próxima reunião do G7 na Alemanha, no próximo ano. "Para conseguir isso, precisamos de onze bilhões de doses", argumentou Tedros.

De acordo com Helen Clark, que co-preside um painel de especialistas para avaliar a gestão global da pandemia, os países de alta renda reservaram 4,3 bilhões de doses.

Mesmo com duas doses por pessoa, "ainda há dois bilhões de doses para redistribuir", disse o ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia, pouco antes da cúpula do G7.

- Além das doses -

O compartilhamento de doses é, porém, apenas um dos eixos do plano de batalha do G7.

O documento final da Cúpula inclui uma série de compromissos para prevenir uma nova pandemia. Trata-se de reduzir o tempo de desenvolvimento de vacinas, tratamentos e diagnósticos, na esperança de que o mundo esteja pronto em menos de cem dias para enfrentar doenças súbitas.

Outro componente se concentrará no fortalecimento da vigilância sanitária e na implementação da reforma da OMS para torná-la mais poderosa.

Um árduo objetivo sem a China, que não aprecia o G7. Especialmente porque as decisões na OMS tendem a ser tomadas por consenso.

Ilona Kickbusch, fundadora do Centro de Saúde Global do Instituto de Pós-Graduação de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento em Genebra, também é cética quanto ao desejo declarado do G7 de fortalecer a agência da ONU: "Vou acreditar nisso quando as contribuições à OMS forem aumentadas".

Para a Oxfam, é necessário antes de tudo resolver a questão da suspensão de patentes das vacinas, a fim de acelerar sua produção.

Opinião compartilhada pela Human Rights Watch (HRW), enquanto as negociações sobre o assunto acabam de ser iniciadas na Organização Mundial do Comércio (OMC), após meses de discussões.

Como explicou Aruna Kashyap da HRW à AFP, "focar nas vacinas e doar para instituições de caridade não é suficiente. O fracasso do G7 em apoiar inequivocamente uma renúncia temporária às regras globais de propriedade intelectual é um status quo assassino".

- 1% -

Para a OMS e seus parceiros, a questão dos fundos também é crucial para erradicar a pandemia.

Mais de 16 bilhões de dólares (13,2 bilhões de euros) ainda são necessários este ano para financiar o mecanismo internacional responsável por acelerar o acesso às ferramentas de combate à covid (ACT Accelerator) e, em particular, para apoiar a distribuição de tratamentos, oxigênio, testes e equipamento de proteção.

"Dezesseis bilhões representam menos de 1% do gasto anual com defesa militar no mundo. Certamente podemos gastar 1% desse valor para salvar vidas e acabar com esta pandemia", afirmou o diretor do programa de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na conferência de imprensa.


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