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Estado de Minas JERUSALÉM

Relação com palestinos é crucial para estabilidade da nova coalizão em Israel


14/06/2021 10:35

Quanto tempo vai durar o novo governo de Israel? Em tese, até 2025, mas pode rapidamente se envolver em questões sensíveis para sua estabilidade, como o conflito com os palestinos.

E isso sem contar com um rival experiente, Benjamin Netanyahu, agora líder da oposição, que buscará derrubar essa coalizão heterogênea, provocar novas eleições e retornar ao poder que ocupou por 12 anos.

Enquanto milhares de israelenses celebravam a saída de Netanyahu, muitos especialistas já duvidavam da longevidade de uma coalizão ideologicamente heterogênea composta por oito partidos - dois de esquerda, dois de centro, três de direita e um árabe - que obteve o sinal verde do Parlamento em uma votação muito apertada.

De acordo com uma pesquisa, 43% dos israelenses acreditam que o governo vai se dissolver "rapidamente", 30% acham que vai durar "muito tempo", e apenas 11% acreditam que vai sobreviver aos quatro anos do acordo de coalizão.

Naftali Bennett, que liderará o governo até 2023, tem a base parlamentar mais fraca para um primeiro-ministro da história, com apenas seis parlamentares (de 120 no Knesset) de seu partido radical de direita Yamina.

Para sobreviver, o governo deve se concentrar na recuperação econômica da pandemia e evitar questões que causem divisão, dizem os analistas.

No domingo, no Parlamento, Bennett, um ex-empresário de tecnologia, apostou no crescimento econômico e disse que quer atingir 15% da força de trabalho em alta tecnologia em quatro anos, contra atuais 10%.

"O primeiro problema será aprovar um orçamento. Algo que nenhum governo conseguiu fazer nos últimos dois anos (...), e haverá desacordos sobre qual deve ser a prioridade nacional", disse à AFP a analista Dahlia Scheindlin.

"Mas não há desacordo em questões como recuperação econômica, saúde e meio ambiente. Portanto, o governo se concentrará nessas questões e tentará deixar de lado as questões mais polêmicas, como o conflito israelense-palestino", acrescentou.

- "Método de sobrevivência" -

De acordo com Guy Ben Porat, professor de ciência política da Universidade Ben Gurion, o governo pode se ver envolvido em questões delicadas, como o desenvolvimento de assentamentos israelenses na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, ou a situação no enclave palestino de Gaza, submetido a um bloqueio israelense.

É possível que tenha que decidir sobre o destino de uma colônia selvagem a ser evacuada na Cisjordânia, o que poderia enfurecer os colonos, que Naftali Bennett já representou.

E isso sem levar em conta a questão de uma trégua duradoura com os islamitas do Hamas, que governam Gaza, após 11 dias de guerra em maio deste ano, ou mesmo o futuro do presidente palestino, Mahmud Abbas, de 85 anos.

"A questão palestina sem dúvida incomodará este governo. Eles farão o possível para descartá-la, mas não funcionará no longo prazo", disse Ben Porat.

Embora crítica ao novo governo, a Autoridade Palestina de Abbas chamou a saída de Netanyahu de "o fim de um dos piores períodos da história do conflito israelense-palestino".

O processo de paz está paralisado desde 2014.

Para Saleh Al-Naami, especialista em Israel da Universidade Islâmica de Gaza, "não haverá mudanças fundamentais, mas é possível que Bennett tente melhorar de forma limitada a situação econômica em Gaza".

Bennett, que será substituído pelo centrista Yair Lapid em 2023, também terá de "administrar a pressão" dos Estados Unidos, apontou.

O presidente Joe Biden, que já falou por telefone no domingo com Naftali Bennett, distanciou-se do governo Trump, que apoiou a colonização na Cisjordânia e se retirou do acordo nuclear com o Irã, inimigo de Israel e próximo do Hamas.


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