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Estado de Minas OTTAWA

Acusado de matar família muçulmana comparece ao tribunal no Canadá


10/06/2021 20:17 - atualizado 10/06/2021 20:19

Um canadense acusado de atropelar uma família muçulmana em Ontário, causando a morte de quatro pessoas, compareceu brevemente ao tribunal nesta quinta-feira (10), enquanto surgiam novos detalhes sobre ele na imprensa local.

Nathaniel Veltman, de 20 anos, compareceu por videoconferência à audiência vestido com roupa do presídio. Foi estabelecida uma nova data de audiência para 14 de junho.

O jovem, que nunca tinha sido condenado por um crime e não possui ligações com grupos extremistas, foi acusado de quatro crimes de homicídio em primeiro grau e uma acusação de tentativa de homicídio.

Se for declarado culpado, Veltman enfrentaria prisão perpétua.

O primeiro-ministro Justin Trudeau classificou o ataque como um "atentado terrorista".

Seu ministro da Segurança Pública, Bill Blair, disse à emissora pública CBC que as mortes foram "claramente racistas".

"E posso confirmar que isso está sendo investigado ativamente como um ato terrorista pelas autoridades policiais", disse ele, o que poderia levar a acusações adicionais sob a lei antiterrorismo do Canadá.

O detetive superintendente Paul Waight, que lidera a investigação, disse na segunda-feira que existe evidências de que se trata de "um ato planejado e premeditado, motivado pelo ódio".

"Acredita-se que essas vítimas foram atacadas por serem muçulmanas", disse em coletiva de imprensa.

Na noite de domingo, a família Afzaal caminhava por uma calçada quando uma caminhonete preta "subiu na calçada e os atropelou", informou a polícia.

Quatro membros dessa família morreram - um casal, sua filha e sua avó - enquanto um menino de 9 anos ficou órfão e se recupera dos ferimentos no hospital.

- Uma camiseta com a suástica -

Veltman fugiu e foi detido a poucos quilômetros dali, onde se encontrou frente a frente com um taxista em um centro comercial, informou a mídia local.

Segundo o relato do chefe do motorista, Hasan Savehilaghi, o agressor "gritou o nosso colega que chamasse a polícia porque havia matado alguém".

A polícia chegou rapidamente e prendeu Veltman, que usava um colete à prova de balas, um capacete militar e uma camiseta com uma suástica, disse o presidente da empresa de táxis.

"Ele estava rindo o tempo todo", disse Savehilaghi à imprensa local.

O jovem foi descrito em 2016 como uma pessoa colérica que estava sendo tratada por problemas de saúde mental em documentos judiciais que datam do divórcio de seus pais e que são citados pela mídia canadense.

Ele e sua irmã gêmea são os mais velhos de uma família de seis filhos, que têm entre 10 e 20 anos.

"Ele costumava ser socialmente desajeitado, não tinha autoconfiança e se importava com o que os outros pensavam dele", de acordo com um relatório de um psicólogo de 2017 citado pela mídia canadense.

O ataque tirou a vida de membros de três gerações da família Afzaal, originária do Paquistão e residente no Canadá desde 2007: Madiha, 44, estudante de doutorado em meio ambiente, seu marido Salman, um fisioterapeuta de 46 anos, sua filha Yumna, de 15 anos e a avó, de 74 anos, segundo declaração da família.

O filho do casal, Fayez, ficou gravemente ferido, mas encontra-se estável. Ainda hospitalizado, o menino sabe que sua família morreu, informou a CBC nesta quinta-feira.

Nesta quinta-feira, o pai do agressor, Mark Veltman, confidenciou à mídia local seu "horror" por "este crime hediondo cometido no último fim de semana".

"Não há palavras adequadas para expressar minha profunda tristeza pelas vítimas desse ato sem sentido", disse ele.

A tragédia chocou a comunidade muçulmana canadense e gerou uma avalanche de solidariedade por parte da sociedade em geral.

Também reacendeu o debate sobre o aumento da violência contra os muçulmanos em um país visto como tolerante e aberto.

Em 2017, um tiroteio em uma mesquita de Quebec deixou seis mortos.

"A supremacia branca (e) o extremismo violento com motivação ideológica são as maiores ameaças à nossa segurança nacional", disse Blair.


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