Mais de um ano depois do começo de uma pandemia que já deixou mais de 3,5 milhões de mortos no mundo todo e após uma semana de debates, os países integrantes da OMS decidiram fortalecer o organismo.
Esta resolução foi tomada em comissão antes de ser aprovada em plenário, no último dia da 74ª Assembleia Mundial da Saúde. A decisão foi descrita pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, como "uma das mais importantes da história da organização".
Conforme destacado nos debates, o principal objetivo da reunião é fazer a reforma da agência e de sua capacidade para coordenar a resposta às crises sanitárias globais, assim como para prevenir futuras epidemias. No caso da pandemia da covid-19, tanto a OMS quanto a comunidade internacional foram incapazes de prevê-la.
No decorrer dos últimos dias, os membros tiveram acesso a vários relatórios de especialistas independentes. Estes documentos revelaram as falhas da OMS - e também dos países - ante a covid-19 e solicitaram reformas profundas de seus sistemas de alerta e de prevenção.
Um desses informes avaliou que a pandemia poderia ter sido evitada e que a OMS declarou tarde demais, apenas no final de janeiro de 2020, uma emergência sanitária de âmbito internacional, ou seja, o nível mais elevado de alerta.
Com o título "Fortalecimento da preparação e da resposta da OMS ante emergências sanitárias", a resolução aprovada hoje foi proposta, em particular, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).
O texto ressalta que a preparação e a resposta diante das crises de saúde são, "principalmente, de responsabilidade dos governos, que desempenham um papel fundamental nesse sentido".
A resolução também enfatiza o "papel de liderança crucial" que a OMS tem no sistema das Nações Unidas diante dessas crises, destacando que as expectativas da comunidade internacional "superam, em geral, as capacidades atuais" do organismo.
Além disso, o texto instaura um grupo de trabalho que se dedicará ao fortalecimento da preparação e da resposta da OMS diante de futuras emergências sanitárias.
Aberta a todos os Estados-membros, esta força-tarefa ficará encarregada de analisar as conclusões dos diferentes relatórios e apresentar suas próprias recomendações, para que sejam examinadas na 75ª Assembleia Mundial da Saúde.
GENEBRA