De acordo com o relatório de 2021 do Centro de Prevenção de Abusos e Reparação (CPR) da Companhia de Jesus, obtido nesta terça-feira pela AFP, um total de 17 jesuítas foram investigados em processos canônicos por denúncias de abusos, aos quais a congregação creditou a responsabilidade de 11 deles por abuso sexual de 34 menores e 30 adultos.
"Sim. São reconhecidas as vítimas dos casos em que a Companhia teve a certeza da sua ocorrência através de um processo interno. As 64 vítimas correspondem aos 11 casos (de clérigos)", afirmou a Companhia de Jesus nesta terça-feira em resposta a um questionário enviado pela AFP.
Dos onze padres, nove são responsáveis por "situações abusivas de conotação sexual" com 34 vítimas menores de idade, enquanto cinco cometeram "abusos sexuais" e "manipulação de consciência" de 30 adultos, segundo o relatório.
Dos acusados destaca-se o nome do falecido ex-líder desta congregação, Renato Poblete, que segundo este relatório abusou sexualmente de quatro menores e 19 adultos, desde 1960 e há mais de quatro décadas.
Em 2019, foi recebida a primeira denúncia contra Poblete, depois da qual a congregação pediu desculpas às vítimas.
Poblete, que morreu em 2010, foi capelão por mais de 20 anos no Hogar de Cristo, a maior fundação de ajuda aos pobres do país.
Dos padres acusados, cinco morreram, três já não fazem parte da Companhia de Jesus e outros três "estão atualmente sujeitos a rígidos planos de supervisão profissional" que envolvem ajuda psicológica e medidas restritivas como a proibição de abordar menores.
A congregação informou que desde 2018 disponibiliza à Justiça os antecedentes dos processos. O relatório também indica que 31 das vítimas foram compensadas financeiramente.
SANTIAGO