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Estado de Minas RIADE

Arábia Saudita pressiona 'antivacinas' para impulsionar economia


24/05/2021 09:50

A Arábia Saudita está pressionando os céticos da vacina contra a covid-19, proibindo-os de peregrinações ou viagens ao exterior, uma forma polêmica de estimular a vacinação e impulsionar sua economia.

Riad quer reativar o turismo, os eventos esportivos e o entretenimento, setores muito afetados pela crise da saúde e essenciais para o plano "Visão 2030", que visa diversificar sua economia, altamente dependente do petróleo.

Em medida polêmica, o país só permite que peregrinos vacinados, ou que se recuperaram da covid-19 nos últimos seis meses, façam a umrah, a peregrinação a Meca que pode ser feita durante todo o ano.

As autoridades devem adotar medida semelhante para o hajj, a grande peregrinação anual, segundo fontes próximas ao governo.

Quando as fronteiras foram reabertas em maio, apenas aqueles vacinados ou imunizados passaram a poder viajar para o exterior.

O país também anunciou que a vacinação seria obrigatória a partir de agosto para entrar em estabelecimentos públicos e privados, incluindo centros de ensino e lazer, além do transporte público.

E apenas funcionários vacinados dos setores público e privado poderão retornar aos seus empregos.

Essas medidas provocaram críticas, inclusive nas redes sociais, com as hashtags "Não à vacinação compulsória" e "Meu corpo, minha escolha".

"Você não poderá fazer mais nada (...) Viajar! Trabalhar! Ir a lugares públicos! Nem mesmo comprar comida! Ou estudar!", tuitou um internauta.

- "Coercitivo -

As medidas sauditas contrastam com a política de incentivos de alguns países como os Estados Unidos, onde a mídia fala em pagamentos, ingressos para jogos de beisebol e até cerveja grátis para estimular a vacinação.

"Uma monarquia como a da Arábia Saudita pode adotar tal ação e provavelmente será eficaz para convencer aqueles que não querem se vacinar", disse à AFP Monica Gandhi, professora de Medicina da Universidade da Califórnia

"No entanto, pode ser visto como coercitivo", comentou.

Outros governos da região adotaram medidas semelhantes.

Nos Emirados Árabes Unidos, Dubai anunciou que pessoas não vacinadas não poderão assistir a eventos esportivos e shows.

Na semana passada, o Bahrein informou que está estudando restrições temporárias para que apenas pessoas vacinadas possam entrar em shoppings, restaurantes, cinemas e salões de beleza.

No Catar, Kuwait e Emirados, os cidadãos lançaram uma campanha nas redes sociais para denunciar a "vacinação obrigatória".

Mas a Arábia Saudita, a maior economia árabe, parece determinada a continuar com sua política, coincidindo com grandes eventos midiáticos para melhorar sua imagem.

Riad poderia pagar mais de US$ 150 milhões para receber uma luta de boxe entre Tyson Fury e Anthony Joshua este ano, segundo a ESPN.

O país também deve sediar uma cúpula de investimentos em outubro e seu primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1 em dezembro.

"As vacinas são fundamentais para que o motor econômico do país volte à plena capacidade", de acordo com Robert Mogielnicki, do Instituto para os Países Árabes do Golfo, em Washington.

O ministério da Saúde afirma já ter administrado mais de 12 milhões de doses neste país de 34 milhões de pessoas.


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