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Estado de Minas MINSK

Europa fecha espaço aéreo para aviões de Belarus em retaliação contra Lukashenko


24/05/2021 22:24 - atualizado 24/05/2021 22:26

Os países da União Europeia (UE) decidiram nesta segunda-feira (24) fechar o espaço aéreo do bloco a aeronaves de Belarus e adotar novas sanções contra o regime de Alexander Lukashenko, acusado de forçar o pouso de um avião em Minsk no qual viajava um opositor que foi posteriormente detido.

Os chefes de governo dos 27 países da União Europeia exigiram a libertação "imediata" do opositor detido, Roman Protasevich, e recomendaram às companhias aéreas europeias que evitem o espaço aéreo bielorrusso, aumentando ainda mais o isolamento do país.

Estas medidas foram anunciadas somente duas horas após o início do primeiro dos dois dias da cúpula dos líderes da UE, que viajaram a Bruxelas. As consultas prévias ao encontro presencial realizadas entre as capitais semearam o caminho.

Londres e Kiev já colocaram na lista negra o espaço aéreo desta ex-república soviética. As companhias aéreas Lufthansa, SAS e AirBaltic anunciaram sua decisão de evitar sobrevoar o território bielorrusso.

Cerca de 2.000 aeronaves comerciais cruzam o espaço aéreo bielorrusso todas as semanas, disse a organização Eurocontrol. A empresa bielorrussa Belavia realiza cerca de vinte voos diários de e para aeroportos da UE.

- Roleta russa -

Roman Protasevich, um jornalista de oposição de 26 anos, e sua namorada, Sofia Sapega, viajavam a bordo de um Boeing da Ryanair que viajava entre Atenas e Vilnius, capital da Lituânia, e que foi desviado para Minsk após um alerta de bomba que se revelou falso. Os jovens foram detidos no aeroporto.

Protasevich é ex-editor-chefe do influente veículo da oposição Nexta e, de acordo com a líder da oposição bielorrussa exilada na Lituânia, Svetlana Tijanovskaya, corre risco de ser condenado "à pena de morte", ainda em vigor na Bielorrússia.

Os Estados Unidos e a ONU também exigiram a libertação imediata do jovem opositor. O presidente americano, Joe Biden, chamou o caso de "escandaloso".

A reação europeia "está à altura da gravidade" dos acontecimentos "absolutamente inaceitáveis, chocantes e escandalosos", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. "Não vamos tolerar uma tentativa de jogar roleta russa com a vida de civis inocentes", alertou.

Os líderes europeus também pediram a rápida adoção de um novo pacote de sanções contra as autoridades do regime bielorrusso e a análise de medidas econômicas adicionais.

A UE já colocou na lista negra 88 membros do regime, incluindo o presidente Lukashenko e sete instituições.

- Pirataria estatal -

Esta antiga república soviética, localizada entre a Rússia e a União Europeia e comandada desde 1994 por Lukashenko, rejeitou as críticas e garantiu ter agido legalmente, prometendo uma "absoluta transparência".

Belarus também alegou, nesta segunda, ter recebido uma ameaça de "bomba" neste voo da Ryanair, assinada pelo Hamas, conforme e-mail atribuído ao movimento islamista palestino lido por uma autoridade do Ministério bielorrusso dos Transportes.

Minsk garantiu nesta segunda ter informado a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), órgão do sistema ONU, e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês), de sua "disposição em cooperar com uma investigação imparcial".

Nesta segunda-feira a televisão estatal bielorrussa transmitiu um curto vídeo no qual Protasevich "confessa" que organizava manifestações de protesto contra o governo.

No vídeo, o jovem opositor parecia exibir marcar no rosto, e afirmou que estava sendo tratado "de acordo com a lei".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou o incidente de "ultrajante e ilegal", enquanto a Polônia denunciou "um ato de terrorismo de Estado" e a França pediu "uma resposta forte e unida" do bloco europeu.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que as explicações bielorrussas são "completamente inverossímeis".

A Irlanda, onde fica sediada a companhia aérea Ryanair, criticou um ato de "pirataria" estatal.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) exigiu uma investigação sobre o "grave e perigoso incidente", enquanto o secretário de Estado americano, Antony Blinken, considerou a ação "impactante" por colocar em perigo "as vidas de 120 passageiros, incluindo cidadãos americanos".

A UE e outros países ocidentais já adotaram várias sanções contra o governo de Lukashenko pela repressão brutal das manifestações da oposição, após sua polêmica reeleição para o sexto mandato em agosto do ano passado.

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