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Estado de Minas ARGEL

Frente Polisário pede pressão sobre Marrocos devido à crise migratória


21/05/2021 17:23

A Frente Polisário, o movimento de independência saarauí, apelou nesta sexta-feira (21) à comunidade internacional para pressionar o Marrocos a parar de instrumentalizar a imigração ilegal para a Europa em busca do reconhecimento da sua soberania sobre o Saara Ocidental.

"Pedimos urgentemente a ONU, União Africana e União Europeia que imponham a Rabat a obrigação de virar a página sobre agressão, uso de drogas, imigração ilegal e abandonar o vergonhoso uso do terrorismo", afirma um comunicado do Ministério de Negócios Estrangeiros da República Árabe Saraui Democrática (autoproclamada em 1976).

Esta é a primeira reação oficial saarauí à crise no enclave espanhol de Ceuta, depois da chegada desde segunda-feira de mais de 8.000 migrantes do vizinho Marrocos, aproveitando a flexibilização dos controles fronteiriços do lado marroquino.

Esta onda migratória tem como contexto as intensas tensões diplomáticas entre Madri e Rabat, que não diminuíram desde a chegada à Espanha no mês passado, para ser tratado lá, de Brahim Ghali, chefe da Polisário, inimiga declarada do Marrocos.

Aliado crucial na luta contra a migração ilegal, o Marrocos espera que a UE reconheça sua soberania no Saara Ocidental, tal como fez o ex-presidente americano Donald Trump.

"A agressividade de Marrocos, em particular contra a Espanha, é uma consequência imediata da rejeição da comunidade internacional à soberania marroquina sobre o Saara Ocidental", afirma o comunicado saraui.

"O Marrocos contava, por erro político, que alguns países-membros da União Europeia apoiariam a declaração de Trump", mas "esta declaração (...) não poderia acontecer porque [é] contrária ao direito internacional", considera.

A Polisário apela, assim, "para intensificarem os seus esforços para pôr fim à ocupação ilegal marroquina de algumas partes do território da República Saaraui".

Antiga potência colonial no Saara Ocidental, a Espanha advertiu o Marrocos que sua posição não mudaria em relação a esse vasto território desértico cujo status permanece indefinido.

"A Espanha permaneceu firmemente ancorada em uma solução política, uma solução política que deve ser encontrada nas Nações Unidas", disse o chanceler espanhol, Arancha González Laya, na quarta-feira.

A Frente Polisário defende a organização de um referendo de autodeterminação previsto pela ONU, mas sempre adiado desde a assinatura do cessar-fogo em 1991, após 16 anos de conflito.

O Marrocos, que controla três quartos da ex-colônia espanhola, propõe autonomia sob sua soberania.


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