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Estado de Minas SANTIAGO

Chile, do protesto social à histórica eleição de constituintes


14/05/2021 09:07

Dezenove meses depois dos grandes protestos sociais no Chile, que deixaram quase 30 mortos, os chilenos comparecem às urnas no sábado e domingo para escolher os 155 representantes que serão responsáveis por redigir a nova Constituição do país, que substituirá a atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), para dar início a um novo ciclo político.

- Confrontos violentos -

Em 18 de outubro de 2019, Santiago foi cenário de confrontos violentos entre as forças de segurança e manifestantes que protestavam contra o aumento do preço da passagem de metrô.

O presidente do país, o conservador Sebastián Piñera, declarou estado de emergência na capital e designou um militar como titular da Segurança Pública. Em 19 de outubro, milhares de pessoas protestaram em Santiago contra a desigualdade, e novos confrontos foram registrados, apesar da suspensão do aumento do preço da passagem.

Pela primeira vez desde o fim da ditadura de Pinochet em 1990, milhares de soldados foram mobilizados nas ruas, e um toque de recolher noturno foi decretado em Santiago.

- Chile desperta -

Os confrontos e saques prosseguem em Santiago e o estado de emergência é ampliado para várias regiões.

O pedido de "perdão" do presidente e o anúncio de algumas reformas sociais não impediram uma greve geral, que exigia "o retorno dos militares aos quartéis" e respostas à pior crise social em 30 anos.

Em 25 de outubro, 1,2 milhão de chilenos protestaram pacificamente em Santiago. Nos dias seguintes, o toque de recolher foi suspenso, o estado de emergência encerrado, e um terço dos ministros, substituído.

Em novembro, o Chile desistiu de receber a reunião de cúpula econômica da APEC (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), e da COP-25, sobre mudanças climáticas.

- Acordo político -

Em 15 de novembro, as forças políticas alcançaram um acordo político histórico para convocar um referendo que decidiria sobre a mudança, ou a continuidade, da Constituição herdada da ditadura, uma das principais demandas dos manifestantes.

A polícia suspendeu o uso de balas de borracha e de esferas de chumbo, que provocaram centenas de lesões oculares graves, enquanto o governo pedia calma após o aumento da violência.

- Concessões sociais -

No início de dezembro de 2019, o governo apresentou um plano de US$ 5,5 bilhões. O presidente anunciou um bônus especial para 1,3 milhão de famílias. E o Congresso aprovou um aumento da pensão mínima para idosos.

Em 13 de dezembro, a ONU denunciou "múltiplas violações dos direitos humanos" por parte da polícia chilena.

Em janeiro de 2020, o presidente anunciou uma reforma do sistema de saúde e, depois, uma contribuição do empregador para os descontos da Previdência para a aposentadoria, que ainda está sendo debatida no Congresso.

- Novos confrontos -

No fim de janeiro, a violência deixou quatro mortos após um período de calma, marcado por manifestações todas as sextas-feiras em Santiago.

Em 23 de fevereiro, aconteceram confrontos em Viña del Mar (centro) e, em março, em várias outras cidades.

O presidente anunciou uma reforma da polícia que ainda não foi concretizada.

- Referendo adiado pelo coronavírus -

Em 18 de março, o Chile declarou estado de desastre ante a pandemia de covid-19, o que provocou um intervalo nas discussões.

Previsto para 26 de abril, o referendo foi adiado para 25 de outubro de 2020.

Na data, com o número de contágios sob controle e a maior participação eleitoral dos últimos anos (51%), os chilenos aprovaram por uma grande maioria de 80% a mudança constitucional e que o novo texto será redigido por 155 representantes eleitos por votação popular.

Uma semana antes, em 18 de outubro, no primeiro aniversário dos protestos, dezenas de milhares de chilenos saíram às ruas em um dia marcado por confrontos e pelo incêndio em duas igrejas.

- Votação interrompida -

A eleição dos constituintes deveria ter acontecido em 11 de abril, mas um novo aumento dos contágios por coronavírus provocou o adiamento por cinco semanas, para 15 e 16 de maio.

O Chile vai às urnas com 8,7 milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose e uma cobertura de duas doses para 48% da população, o que representa a meta de imunização.


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