A empresa privada decidiu interromper as operações após uma reunião com o ministro de Obras Públicas, Edgar Montaño, e representantes de condutores e cooperativistas do transporte pesado internacional, informa um acordo entre as partes divulgado após o encontro.
A Câmara Boliviana de Transporte Nacional e Internacional, que reúne os empresários e que não participou da negociação, continua em conflito e mantém os bloqueios de vias. Ela se opõe à suposta ampliação de outras rotas ferroviárias e adverte que suspender o teste não exclui a possível reativação do trem.
Os transportadores alegam que a habilitação de ferrovias desativadas há 16 anos poderia lhes causar prejuízo econômico, por representarem uma alternativa para o comércio, o que levou diversos setores a protestar com bloqueios desde a semana passada em diferentes pontos do país.
A empresa privada boliviana Ferroviaria Andina fez um teste piloto na semana passada com o transporte ferroviário de 422 toneladas de bobinas de aço do Chile para a Bolívia e, no retorno, 400 toneladas de soja. Encerradas as viagens de teste, a empresa pretende estabelecer um serviço contínuo numa linha com extensão de 440 km, 233 deles em território boliviano, e que se encontra praticamente em desuso desde 2005, quando a empresa privada responsável pela operação da ferrovia decretou falência.
A linha Arica-Viacha faz parte das compensações feitas pelo Chile à Bolívia no Tratado de Paz e Amizade de 1904, após a Guerra do Pacífico (1879-1884).
LA PAZ