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Estado de Minas LONDRES

Criminoso de guerra sérvio-bósnio Karadzic vai cumprir pena no Reino Unido


12/05/2021 13:25

O governo britânico anunciou, nesta quarta-feira (12), ter aceitado que o criminoso de guerra sérvio-bósnio Radovan Karadzic, condenado pelo genocídio de Srebrenica em 1995, seja transferido para o Reino Unido para cumprir o restante da pena em uma de suas prisões.

Líder político dos sérvios da Bósnia, Karadzic, de 75 anos, foi condenado a 40 anos de prisão em primeira instância em 2016 por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. A pena foi ampliada para prisão perpétua no julgamento da apelação em 2019.

Preso em 2008, depois de 13 anos escondido, Karadzic é o responsável mais importante condenado pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), após a morte do presidente sérvio Slobodan Milosevic durante julgamento em 2006.

No momento, ele se encontra preso no centro de detenção da ONU em Haia, à espera de transferência para uma prisão fora da Holanda, o que pode acontecer logo após a decisão de Londres. Não pode cumprir sua pena nesta instituição, porque não se trata de um centro penitenciário.

Um dos países com os quais a Justiça internacional tem acordos, o Reino Unido "aceitou que (...) seja transferido para uma prisão britânica para cumprir o resto da pena", afirmou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores sem especificar uma data.

Em decisão emitida hoje, o Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais (MTPI), que sucedeu ao TPII após o encerramento deste último em 2017, validou a proposta, à qual o condenado deu seu aval.

"É uma das poucas pessoas que foram declaradas culpadas de genocídio. Foi responsável pelo massacre de homens, mulheres e crianças no genocídio de Srebrenica e ajudou a executar o cerco de Sarajevo com seus ataques impiedosos à população civil", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab.

"Deveríamos nos orgulhar do fato de que, desde o apoio do Reino Unido para garantir sua prisão até a cela de prisão que ele enfrenta agora, a Grã-Bretanha apoiou a busca de justiça por estes crimes hediondos durante 30 anos", disse Raab.

De acordo com a procuradora do TPII Laurel Baig, os criminosos de guerra sérvios da Bósnia, incluindo seu líder militar Ratko Mladic, recorreram a "genocídio, extermínio e massacre" para esvaziar Srebrenica, uma área protegida pela ONU na Bósnia, de seus habitantes croatas e muçulmanos. O objetivo era constituir um Estado exclusivamente sérvio.

Poucos dias depois de capturar a cidade em 11 de julho de 1995, as forças sérvias da Bósnia massacraram mais de 8.000 homens e meninos muçulmanos, no pior massacre cometido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e classificado como genocídio pela Justiça internacional.

Mais de 10.000 pessoas também foram mortas no cerco de quase quatro anos à capital da Bósnia-Herzegovina, Sarajevo.

Em 2013, o Reino Unido recebeu o ex-chefe da guerra da Libéria Charles Taylor, depois que ele perdeu seu recurso contra uma sentença de 50 anos por crimes de guerra e contra a humanidade perante o Tribunal Especial da ONU para Serra Leoa (TESL), com sede também em Haia.

Taylor cumpre pena no presídio de segurança máxima de Frankland, nos arredores de Durham, no nordeste da Inglaterra, após ter sido considerado culpado de fomentar o conflito civil (1991-2002) neste país africano.


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