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Estado de Minas LONDRES

Elizabeth II apresenta programa de 'recuperação nacional' de Boris Johnson


11/05/2021 13:37 - atualizado 11/05/2021 13:43

A rainha Elizabeth II fez sua primeira aparição pública nesta terça-feira (11) após o funeral de seu marido, o príncipe Philip, para inaugurar uma nova sessão parlamentar e apresentar o programa de "recuperação nacional" da pandemia do primeiro-ministro Boris Johnson, que ganhou força após as eleições locais.

"A prioridade do meu governo é conseguir uma recuperação nacional da pandemia que faça o Reino Unido mais forte, mais saudável e mais próspero que antes", declarou a rainha diante de um número reduzido de parlamentares, que respeitaram o distanciamento e usaram máscaras, na Câmara dos Lordes.

A cerimônia pomposa, na qual os Lordes usaram seus mantos vermelhos e perucas brancas, mas a monarca não usava a tradicional capa de arminho e corrente de ouro, foi reduzida, devido à pandemia.

A soberana, 95 anos, chegou de automóvel, no lugar da tradicional carruagem, e o desfile real foi cortado.

Como determina a tradição, Elizabeth leu um discurso escrito pelo Executivo para apresentar os planos para o próximo ano.

As mediadas incluem destinar mais recursos para o combalido sistema público de saúde, com financiamento adicional, novas tecnologias e programa contra a obesidade e os problemas de saúde mental. O governo também pretende estimular as pesquisas e continuar ajudando as empresas asfixiadas por meses de restrições.

Após a profunda revisão do passado colonial britânico motivada pelo movimento Black Lives Matter, o governo também pretende "apresentar medidas para abordar as disparidades raciais e étnicas", afirmou a rainha.

A agenda política inclui estabelecer metas legalmente vinculantes de emissões de gases causadores do efeito estufa, no momento em que o Reino Unido se prepara para receber a COP26 em Glasgow, em novembro deste ano, e deseja pregar pelo exemplo.

Johnson também deseja reforçar a política de segurança, estimular os investimentos em Defesa e endurecer as leis migratórias, uma das promessas cruciais do referendo de 2016 sobre o Brexit, que ele conseguiu concretizar em 1º de janeiro de 2021.

- "Cumprir as promessas" -

Viúva desde 9 de abril, a monarca - a quem a morte do príncipe Philip, após um casamento de 73 anos, deixou um "enorme vazio", segundo a família - foi acompanhada do filho mais velho, o príncipe Charles, de 72, e de esposa deste, Camila.

Esta foi a primeira aparição pública de Elizabeth II desde o funeral do marido em 17 de abril no castelo de Windsor.

A última participação da monarca na cerimônia anual do Parlamento, adiada desta vez pelo coronavírus, havia acontecido em dezembro de 2019. À data, Johnson acabara de obter a maioria absoluta nas legislativas, triunfando em redutos da esquerda, graças à promessa de reduzir a crescente diferença entre a rica Londres e o restante do país.

Pouco depois, teve início a pandemia global que matou 127.000 pessoas no Reino Unido e obrigou o polêmico primeiro-ministro conservador a gastar enormes quantias de dinheiro para mitigar os efeitos da covid-19, em vez de construir escolas, infraestruturas e investir na área de comunicação, como havia prometido.

Apesar da pandemia e de vários escândalos que afetaram seu governo, o triunfo do Partido Conservador nas eleições municipais da semana passada demonstrou que ele não perdeu o eleitorado.

"Usaremos os poderes que recuperamos da União Europeia (com o Brexit) para reforçar nossas fronteiras e reformar o sistema de refúgio", disse Johnson, após a intervenção da rainha.

"Pela primeira vez, o fato de que as pessoas entrem no Reino Unido de forma legal, ou ilegal, terá um impacto em seu pedido de refúgio", completou.

"E faremos tudo isso como um único Reino Unido, combinando o gênio de Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte (...) na união política, econômica e social mais bem-sucedida que o mundo já conheceu", enfatizou o premiê.

Sua fala remete à vitória, na quinta-feira, das forças separatistas nas eleições para o Parlamento regional da Escócia. Elas exigem um novo referendo de autodeterminação, consulta à qual Londres se opõe de modo veemente.

Para o diretor do "think tank" UK in a Changing Europe, Anand Menon, cumprir todas estas promessas nos próximos anos será uma "difícil tarefa".

Johnson "será julgado por seu próprio balanço" nas próximas legislativas, previstas para 2024, disse Menon à AFP, considerando que ter obtido o Brexit poderá, então, não ser o bastante para os eleitores.


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