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Estado de Minas JERUSALÉM

Yair Lapid, da televisão à política israelense com 'humildade'


05/05/2021 17:18

O centrista Yair Lapid, um ex-astro da televisão israelense com ar de galã, vem ganhando credibilidade desde que se lançou na política, a tal ponto que nesta quarta-feira (5) o presidente Reuven Rivlin pediu que ele formasse um governo.

Quando em 2012 este famoso jornalista deixou a televisão para lançar seu partido, Yesh Atid ("Há um futuro"), seus detratores o criticaram por usar sua imagem de celebridade para seduzir a classe média.

Quase dez anos depois, Yair Lapid segue na política. Nas últimas legislaturas, ele uniu seu partido à coligação de centro Azul-Branco, do general Benny Gantz.

Mas quando, na primavera de 2020, após três eleições que não conseguiram desempatar Netanyahu e Gantz, este último prometeu formar um governo de união com seu rival, Yair Lapid fez as malas.

A Azul-Branco acabou e Lapid se tornou o líder da oposição enquanto a popularidade de Gantz despencava.

"Eu disse a (Benny Gantz): 'Já trabalhei com Netanyahu (...) e ele não vai deixar você colocar as mãos no volante'", contou Lapid à AFP há alguns meses.

"Gantz me falou: 'confiamos nele, ele mudou'. E eu respondi 'o homem tem 71 anos, ele não vai mudar'. E infelizmente para o país, eu estava certo", acrescentou Lapid, ministro das Finanças por 20 meses (2013-2014) no governo de Netanyahu.

- Imprensa e romance policial -

Nascido em novembro de 1963 em Tel-Aviv, cidade onde concentra sua base eleitoral, Lapid é filho do falecido jornalista Tommy Lapid, ex-ministro da Justiça de Ariel Sharon.

Sua mãe, a escritora Shulamit Lapid, é uma das mestras do romance policial israelense, com uma série de livros cujo protagonista é uma jornalista.

O jornalismo permeou a juventude de Lapid, que escreveu seus primeiros artigos para o jornal Maariv, antes de entrar no Yedioth Aharonot, o jornal mais vendido do país, o que deu a ele grande notoriedade.

Paralelamente, o homem continuou com suas atividades: lutava boxe como amador, praticava artes marciais, escrevia romances policiais e séries de televisão, compunha e interpretava canções e até atuava em filmes.

Porém, foi na televisão, após se tornar nos anos 2000 o apresentador do talk show mais assistido do Estado hebraico, que ele se estabeleceu como a encarnação do israelense médio. Ele sempre fazia a mesma pergunta a seus convidados: "O que é ser israelense em sua opinião?"

- Um candidato "normal" -

Patriota, liberal, laico, insultado pelos judeus ortodoxos, aliado chave de Benjamin Netanyahu, ele logo conseguiu assumir o centro.

"Lapid é eloquente, carismático (...), mas o Lapid que tinha a faca entre os dentes mudou", afirmou recentemente o jornalista político Yuval Karni no Yediot Aharonot.

"Ele se abstém de se gabar", disse o cronista, destacando que os israelenses "apreciam" a humildade.

Quando milhares de israelenses se manifestavam contra Netanyahu semanalmente, devido às alegações de corrupção contra ele, Lapid se manteve discreto.

"Fui às pontes (...), mas tive a sensação de que tinha dificuldade em me manifestar como chefe da oposição em frente à residência do primeiro-ministro", disse o principal interessado, que em breve pode viver no local.

Após as últimas eleições, ele propôs ao líder conservador radical, Naftali Bennett, dividir o poder por meio de rodízios, o que ele rejeitou.

Mas Lapid segue clamando pelo "rompimento das barreiras que dividem a sociedade israelense", a fim de formar um governo de união nacional "estável".


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