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Estado de Minas Pandemia

COVID-19: variante P.1 tem maior capacidade de fugir de respostas imunes

Pesquisa indica que a variante de Manaus tem de 10% a 46% de chance de escapar de respostas imunológicas obtidas por infecção prévia, causada por outras cepas


28/04/2021 21:13 - atualizado 28/04/2021 21:42

Estudo aponta que a variante P.1 é mais transmissível e tem maior capacidade de fugir de respostas imunes (foto: Pixabay/Reprodução)
Estudo aponta que a variante P.1 é mais transmissível e tem maior capacidade de fugir de respostas imunes (foto: Pixabay/Reprodução)
Um estudo publicado neste mês pela revista Science mostra que o principal motivo para a crise sanitária que levou a cidade de Manaus ao colapso, em janeiro, é a variante P.1. De acordo com a pesquisa, ela seria mais transmissível e provavelmente mais capaz de escapar da resposta imunológica de pessoas recuperadas.

O levantamento é uma colaboração entre especialistas da Dinamarca, Reino Unido e Brasil – incluindo Ester Sabino, uma das cientistas brasileiras que participaram do sequenciamento do novo coronavírus no país.

A equipe de pesquisadores criou um modelo epidemiológico com dados de sequenciamento genético para entender o quão transmissível a variante poderia ser. Além disso, eles queriam compreender qual a capacidade da P.1 de escapar da imunidade adquirida em uma infecção anterior.

A conclusão a que os pesquisadores chegaram é que, provavelmente, a variante é mais fugaz do que outras cepas.

Geneticamente, os cientistas descobriram 17 mutações na P.1. Entre elas, três estão localizadas na proteína spike, responsável pela entrada do vírus na célula humana. 

“Nossa análise mostra que a P.1 surgiu em Manaus em torno de novembro de 2020. Passou de não ser detectável a representar 87% das amostras genéticas positivas em apenas sete semanas”, explica Samir Bhatt, pesquisador do departamento de saúde pública da Universidade de Copenhague, em comunicado. 

Segundo ele, “desde então, tem se espalhado para diversos estados brasileiros e também para vários países pelo mundo.”
 

Conclusões do estudo  


Para construir o modelo, os pesquisadores se basearam em fontes de dados como índices de mortalidade e sequências genéticas.

Procurando compreender melhor o cenário na capital amazonense, eles decidiram comparar duas cepas diferentes de vírus. “Uma era a do coronavírus ‘normal’ e a outra foi dinamicamente ajustada a máquinas para se adequar aos eventos reais no Brasil”, conta o pesquisador.

Os resultados mostraram que a capacidade de propagação da P.1 é provavelmente maior do que das outras linhagens: entre 1,7 e 2,4 mais transmissível.

O modelo também permitiu identificar que a variante deve conseguir escapar de 10% a 46% das respostas imunológicas obtidas por uma infecção com coronavírus de outras cepas.

“Como pesquisadores, é nosso papel alertar sobre esses resultados para que sejam aplicáveis em qualquer outro lugar do mundo. Mas eles também ressaltam o fato de que uma maior vigilância sobre as infecções e as diferentes cepas do vírus é necessária em muitos países para controlar totalmente a pandemia”, conclui.
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina


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