O prédio pode parecer modesto visto de fora, mas abriga um anfiteatro com centenas de assentos, todos ocupados e localizados em frente a uma grande plataforma. Foi ali, em um distrito comercial dessa metrópole americana, que aconteceu hoje o funeral de Daunte Wright.
Sobre o caixão branco, descansa uma grande coroa de rosas. De ambos os lados da plataforma, são projetados vídeos e fotos da vítima em diferentes fases de sua vida. Um coro gospel entra em cena, antes de um trompetista ser ovacionado com um solo emocionante de vários minutos.
O reverendo Al Sharpton, figura da luta pelos direitos civis, pronunciou a oração fúnebre, como já o havia feito por George Floyd, cuja família estava presente. "Temos que levantar a voz quando há uma injustiça", declarou. Sua organização, Rede de Ação Nacional, arcou com os custos do funeral.
- 'Justiça para Daunte Wright' -
"Justiça para Daunte Wright", pediu o advogado Ben Crump, que representa, além da família de Wright, a de George Floyd e outras vítimas da violência policial. "A vida de Daunte Wright importa", afirmou toda a assembleia, a convite do advogado.
Do lado de fora da igreja, um grupo de homens negros armados faziam a segurança do evento. Portando uma metralhadora, o bombeiro reformado Sarge, 56, apresentou-se como um dos líderes da Minnesota Freedom Fighters, organização que se nega a ser chamada de milícia. "Consideramos importante ter algo que não seja sempre a presença policial, embora sejamos semelhantes em alguns aspectos."
A morte de Daunte Wright, que ocorreu durante o julgamento de Derek Chauvin, gerou várias noites de protesto no Brooklyn Center, local do incidente.
No fim do corredor onde o caixão de Wright era exibido aberto, pessoas se aproximaram para homenagear o jovem e meditar, observadas pela família da vítima, sentada na primeira fila. O corpo será enterrado no cemitério de Lakewood.
MINNEAPOLIS