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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Brasil já tem a maior taxa de mortalidade por covid-19 das Américas


20/04/2021 14:53

O Brasil com frequência alega que seu alto número de mortes por covid-19 é justificado por seu grande número de habitantes, mas a segunda onda pandêmica já o tornou o país com a maior taxa de mortalidade no continente americano e no hemisfério sul.

Os Estados Unidos são o país com mais mortes por coronavírus no mundo (quase 570.000), seguido pelo Brasil (com cerca de 375.000).

Porém, em termos relativos, o Brasil, com 176 mortes a cada 100.000 habitantes, assumiu a liderança nos últimos dias contra seus vizinhos mais atingidos: Peru Estados Unidos (172) e México (165), segundo dados atualizados diariamente pela AFP com base em fontes oficiais.

A taxa de mortalidade do país sul-americano, de 212 milhões de habitantes, também pode superar em menos de um mês a do Reino Unido e da Itália (194) e ficar atrás apenas da Bélgica e de alguns países do Centro e Leste Europeu, segundo projeções do demógrafo José Eustáquio Alves.

"Em março e abril, o Brasil bateu todos os recordes, com uma media móvel de quase 3.000, (o que o fez) dar um salto no ranking mundial", disse à AFP nesta terça-feira o pesquisador, professor aposentado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Brasil "hoje tem a maior taxa de mortalidade do continente americano e de todo o hemisfério sul", acrescentou.

Em relação aos contágios, o Brasil está em terceiro lugar em números absolutos, com quase 14 milhões de casos, atrás dos Estados Unidos e da Índia.

- Terceira onda? -

Na última semana, aparentemente a curva "estabilizou em alto platô", abaixo de 3.000 mortes por dia.

Mas também é possível que haja uma nova onda porque vai vir o inverno" e com a "a maioria de governadores e prefeitos flexibilizando o isolamento social", alertou.

Muitos países, na região e na Europa, fecharam suas fronteiras aos viajantes brasileiros devido a uma variante local do vírus, denominada P1 e considerada muito mais contagiosa.

As maiores taxas de mortalidade por covid-19 são registradas na República Tcheca h), Hungria (265) e seis outros países da região, assim como na Bélgica, todos com mais de 200 mortes a cada 100.000 habitantes.

"São países com clima frio e estrutura demográfica bastante envelhecida, mais vulnerável" à doença, ao contrário do Brasil, onde a população com mais de 65 anos representa menos de 10% do total, observou Alves.

Um estudo recente mostrou que mais da metade dos brasileiros internados em UTIs em março tinham menos de 40 anos, contra 14,6% na primeira onda da pandemia há um ano.

Junto a esses fatores está a vacinação lenta: menos de 13% dos brasileiros receberam a primeira dose e 5% a segunda.

- Sob investigação -

O Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou na semana passada que o Senado abrisse uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre as causas do desastre na saúde.

Essa CPI começará seu trabalho na próxima semana, com os olhos voltados para a gestão do presidente Jair Bolsonaro, que negou a gravidade da pandemia, incentivou aglomerações sem o uso de máscaras, questionou a eficácia das vacinas e se mostrou contra as medidas de isolamento social, ao mencionar seu negativo impacto econômico.

"A CPI vai ser muito importante porque vai investigar os erros", sem os quais "poderia ter reduzido muito a taxa de mortes", disse Alves.


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