Washington acusa Moscou de interferir nas eleições presidenciais americanas de 2020 e 2016, com campanhas de desinformação digital, assim como de orquestrar o ciberataque massivo à SolarWinds descoberto em dezembro, que comprometeu milhares de redes informáticas do setor privado e do governo dos Estados Unidos.
Washington afirma que a Rússia violou "princípios bem estabelecidos do direito internacional", incluindo a ocupação da Crimeia desde 2014 e, mais recentemente, a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, aumentando o temor de uma escalada das tensões na região.
Também afirma que Moscou está interferindo em "países e regiões importantes para a segurança nacional dos Estados Unidos", como o Afeganistão, onde é acusado de pagar insurgentes afegãos para matar soldados americanos.
Os Estados Unidos também expressaram preocupação crescente com a condição de deterioração do líder da oposição russo, Alexei Navalny.
Estas são as principais medidas anunciadas:
- Sanções de dívidas -
O Tesouro proibiu as instituições financeiras dos EUA de comprarem diretamente títulos emitidos pela Rússia após 14 de junho.
Essa medida provavelmente terá um impacto limitado, já que a Rússia tem apenas dívidas e reservas limitadas de mais de US$ 180 bilhões, graças às suas exportações de hidrocarbonetos.
Mas as novas medidas já afetaram o rublo, que caiu em relação ao dólar nesta quinta-feira e já estava sofrendo desde as sanções contra a Rússia em 2014.
- Expulsão de diplomatas -
O Departamento de Estado expulsou dez funcionários da embaixada russa em Washington, alguns dos quais são acusados de serem membros dos serviços de Inteligência de Moscou.
- Medidas contra empresas de tecnologia -
Washington sancionou seis empresas de tecnologia russas acusadas de apoiar as atividades de inteligência cibernética de Moscou, em particular o ataque à SolarWinds.
O Tesouro também mirou em 32 organizações e indivíduos que supostamente "tentaram influenciar nas eleições presidenciais americanas em 2020" por meio de campanhas de desinformação em nome do governo russo.
O FBI está oferecendo recompensas de até 250.000 por informações que levem à prisão de algumas dessas pessoas.
Todas as empresas envolvidas têm seus ativos congelados nos Estados Unidos, e americanos estão proibidos de negociar com elas.
- Sanções coordenadas sobre a Crimeia -
Em parceria com o Canadá, o Reino Unido e a Austrália, o governo dos Estados Unidos impôs sanções a oito indivíduos e organizações vinculadas à "contínua ocupação e repressão russa na Crimeia".
Os Estados Unidos, em particular, denunciaram supostas violações dos direitos humanos em um centro de detenção em Simferopol, na Crimeia, onde sabe-se que os presidiários "congelam, morrem de fome, sofrem com parasitas e são mantidos em celas insalubres e mal ventiladas".
WASHINGTON