Dos três blocos ofertados, que prevêem investimentos de 6,1 bilhões de reais, os dois mais importantes (regiões Sul e Central) foram obtidos pela Companhia de Participações em Concessões (CPC), parte do grupo brasileiro CCR, e o outro (Norte) pelo grupo francês Vinci.
O ágio médio foi 3.822% superior ao valor inicial, segundo o governo. "Foi uma loucura! Foi um sucesso, por mais do que qualquer um poderia imaginar", disse à AFP o economista-chefe da agência Austin Rating, Alex Agostini.
Os 22 aeroportos representam cerca de 11% do tráfego de passageiros no Brasil, o equivalente a 24 milhões de pessoas em 2019, ano anterior à pandemia de coronavírus, que paralisou o setor.
O bloco Sul (9 aeroportos) foi arrematado por 2,1 bilhões de reais, o Central (6 aeroportos) por 754 milhões e o Norte (7 aeroportos) por 420 milhões.
A lista inclui terminais localizados em dinâmicas áreas do agronegócio, como Curitiba, e do turismo, como Foz de Iguaçu, ou essenciais para a comunicação com o resto do país, como Manaus.
A partir da transferência operacional dos aeroportos, os vencedores da concorrência terão 36 meses para "realizar os investimentos necessários na infraestrutura atual para a prestação do serviço adequado aos usuários", explicou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em nota.
"Diziam que a gente era louco de colocar projetos em meio à pior crise no setor aeroportuário. Faremos leilão de 28 ativos e teremos 28 sucessos. É uma grande vitória do governo do presidente Bolsonaro", afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes.
Os três dias da "InfraWeek", que prevê o leilão de concessões de uma ferrovia na quinta-feira e cinco portos na sexta-feira, começaram "com o pé direito", acrescentou.
Bolsonaro fez campanha em 2018 com promessas de realizar um ambicioso plano de privatizações e concessões para reduzir o déficit fiscal e a dívida do Brasil, que dispararam desde o início da pandemia, que já deixou cerca de 337 mil mortos no país.
"Muito bom o governo federal conseguiu tirar de suas costas esses ativos, porque têm uma manutenção muito elevada", disse Agostini.
SÃO PAULO