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Estado de Minas ADONARA

Ilha indonésia de Adonara arrasada por inundações


07/04/2021 11:18

Sugeng, habitante da ilha de Adonara no leste da Indonésia, observa chocado o desastre causado pelas enchentes que afogaram sua filha, destruíram sua casa e o deixaram ferido.

Sugeng e sua família estavam dormindo no domingo quando uma chuva torrencial caiu no leste do vasto arquipélago indonésio.

"De repente, ouvimos pessoas gritando 'inundação'", conta Sugeng, de 60 anos, lembrando os segundos que mudaram sua vida para sempre.

Ele e sua esposa conseguiram sair de casa, mas sua filha de 20 anos foi levada pela corrente. Seu corpo foi encontrado mais tarde em uma praia.

"Ela tentou se segurar em um armário, mas a corrente era tão forte que perdeu o controle", lembra Sugeng.

"Ontem enterramos minha filha. Estou arrasado", acrescenta.

A ilha de Adonara, onde vivem cerca de 125.000 pessoas, está entre as áreas mais duramente atingidas pelas inundações e deslizamentos de terra que mataram mais de 150 pessoas na Indonésia e no vizinho Timor Leste.

O desastre foi causado por chuvas torrenciais e ventos fortes desencadeados pelo ciclone Seroja, um dos mais destrutivos em anos na região, que atingiu várias ilhas do sudeste asiático.

A ilha de Adonara, conhecida por suas praias e seu vulcão, só é acessível por barco e não tem hospital.

Mais de 50 habitantes morreram e nesta quarta-feira cerca de dez pessoas ainda estavam desaparecidas.

- "Barulho ensurdecedor" -

As autoridades indonésias disseram que estão tentando transportar os feridos de helicóptero para uma cidade com um hospital e fornecer abrigo para as pessoas que ficaram desabrigadas pelo desastre.

Entre os desabrigados está Elisabet Lena Huki, de 61 anos, abrigada em um prédio do governo local com seu marido, pais, filhos e netos.

Elisabet Lena Huki estava voltando da missa de Páscoa quando ocorreu a tragédia.

"Nos apressamos para voltar da igreja por causa de meus pais idosos", conta.

"De repente, ouvi um barulho ensurdecedor e gritei para chamar meu marido, que estava dormindo, para avisar que havia uma enchente", recorda.

Foi uma situação caótica, os vizinhos gritavam de medo enquanto a família de Huki procurava freneticamente na casa inundada por seu sobrinho Yeremias.

"Ele ainda não apareceu", soluça, pensando no homem de 33 anos que considera um filho.

"Quero que o encontrem, mesmo que seja apenas o corpo (...) para que possamos enterrá-lo e visitar seu túmulo. Esse é o meu único desejo agora", diz entre lágrimas.

A família conseguiu salvar o que vestia e nada mais, todo o resto foi carregado pelas águas turbulentas.

"Preciso de fraldas para meus pais idosos, mas as lojas estão fechadas", preocupa-se Huki.

"Estamos todos exaustos, atordoados. Não estou pensando em dinheiro ou em nosso negócio agora, só quero que minha família tenha abrigo."


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