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Estado de Minas WASHINGTON

Primeiras negociações 'construtivas' sobre acordo iraniano


06/04/2021 18:55 - atualizado 06/04/2021 19:01

Os Estados Unidos e o Irã classificaram como "construtivas" as negociações indiretas iniciadas nesta terça-feira(6) em Viena para tentar salvar o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano.

"Vemos isso como um passo construtivo e, certamente, bem-vindo", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price. Seu país participa de maneira indireta das conversas pela primeira vez desde que Joe Biden chegou ao poder.

Em vídeo transmitido pelo Irinn, o canal estatal de informação, o chefe da delegação iraniana, Abbas Araghchi, considerou que "como um todo, o encontro foi construtivo".

"A reunião e a comissão mista foram frutíferas", anunciou o embaixador russo para as organizações internacionais, Mikhail Ulianov, após uma reunião de duas horas dos membros do Plano de Ação Integral Conjunto (PAIC): Irã, Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia, sob a mediação da União Europeia (UE).

"A restauração" do acordo alcançado em 2015 e prejudicado pela retirada em 2018 dos Estados Unidos "não acontecerá imediatamente", tuitou o diplomata. "Mas o mais importante (...) é que o trabalho prático para alcançar este objetivo começou".

Dois grupos de especialistas "se reunirão durante 15 dias, um mês, não sabemos", informou um diplomata europeu da capital austríaca. A comissão mista pretende se reunir novamente na quarta-feira à tarde.

As negociações ocorrem em um hotel de luxo da capital austríaca, a dois passos de outro grande hotel onde está a delegação americana.

Os Estados Unidos, cujo enviado Rob Malley chegou ao meio-dia em Viena, estão sendo informados sobre o progresso das conversas através dos europeus, já que Teerã rejeita qualquer contato direto.

"Devemos aproveitar este espaço diplomático para redirecionar o PAIC", destacou no Twitter o secretário-geral adjunto do Serviço Europeu de Ação Externa, Enrique Mora.

- Realista e promissora -

Washington enviou sinais positivos ao afirmar que "para o respeito (ao acordo de Viena) voltar, será preciso levantar essas sanções que estão em contradição com o acordo (...) sobre a energia nuclear" iraniana, segundo palavras do emissário americano Rob Malley ao canal PBS.

O Irã classificou nesta terça essas declarações como uma "posição realista e promissora" que "pode ser o início da correção de um mau processo que paralisou a diplomacia".

Quando as medidas punitivas que sufocam a economia iraniana forem levantadas, Teerã prometeu cumprir com suas obrigações nucleares, das quais se libertou progressivamente após a retirada dos Estados Unido do acordo.

Araghchi exigiu "o levantamento das sanções de uma vez".

O novo presidente americano afirmou que está disposto a voltar ao acordo assinado em 2015 em Viena, o qual busca que o Irã não produza armas atômicas.

Seu antecessor Donald Trump denunciou o acordo unilateralmente em 2018 e restabeleceu as sanções contra Teerã, tornando-as inclusive mais rígidas.

"Ficamos preocupados com os programas de mísseis balísticos do Irã (...) e suas atividades da região. Queremos falar disso. Mas nos interessa abordar o assunto quando deixarmos de lado a atual questão nuclear", disse Malley à rádio NPR.

- Uma "conquista importante" -

O início dessas discussões "é uma conquista importante que mostra que os Estados Unidos, assim como o Irã, querem romper a inércia", comentou no Twitter Ali Vaez, da organização de prevenção de conflitos International Crisis Group.

Para Kelsey Davenport, chefe da política de não proliferação da Arms Control Association, esse formato com um intermediário não é o ideal, "mas a UE está bem posicionada para sair do impasse e coordenar as medidas necessárias para restaurar o acordo".

A especialista apela a um "primeiro gesto ousado de ambos os lados para dar impulso ao processo e demonstrar a vontade política de cada um."

Washington poderia, por exemplo, desbloquear "o acesso a transações financeiras estrangeiras e facilitar a ajuda humanitária" - medicamentos e equipamentos médicos, em particular - diz Davenport, enquanto Teerã poderia deixar o enriquecimento de urânio em 20%.

Mas a tarefa não será fácil, alertam os especialistas. Davenport alerta para "todos aqueles que querem driblar o acordo" tanto nos Estados Unidos quanto no Irã e, portanto, considera que os negociadores devem "agir rapidamente".


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