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Estado de Minas KIEV

Ucrânia pede que Otan acelere sua adesão para enviar 'sinal' à Rússia


06/04/2021 18:54 - atualizado 06/04/2021 18:55

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pediu à Otan, nesta terça-feira (6), que acelere a adesão de seu país à organização, com o objetivo de enviar um "sinal real" para a Rússia.

Moscou protestou imediatamente, em um contexto de crescente tensão entre os dois vizinhos.

A possível adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica é uma provocação que Kiev lança ao Kremlin há muito tempo.

"A Otan é a única maneira de acabar com a guerra em Dombass", o território do leste do país em conflito com separatistas pró-russos, acrescentou Zelenski em um tuíte dirigido ao secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, após uma reunião por telefone.

O presidente ucraniano prometeu avançar nas reformas do Exército necessárias para se unir ao grupo, "mas somente as reformas não vão deter a Rússia", estimou.

Segundo ele, o plano de ação para a adesão enviaria "um sinal real" à Rússia.

Pouco depois, o Kremlin alertou que esta iniciativa agravaria o conflito entre separatistas pró-russos e as forças ucranianas.

"Duvidamos muito de que isso possa ajudar a Ucrânia a resolver seu problema interno. Do nosso ponto de vista, isso vai piorar ainda mais a situação", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

- Quatro soldados mortos -

Stoltenberg expressou por sua vez sua "séria preocupação com as atividades militares da Rússia na Ucrânia", concordando com as declarações dos Estados Unidos, do Reino Unido e da União Europeia (UE).

"Pedimos à Rússia que esclareça suas intenções sobre toda essa massa de forças ao longo da fronteira", anunciou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, nesta terça-feira.

No entanto, um responsável da Otan, que pediu anonimato, reduziu as expectativas de uma adesão rápida da Ucrânia, ao afirmar à AFP que Kiev deve "focar em suas reformas e reforçar sua capacidade de defesa conforme as normas" da Aliança.

Um ponto de vista compartilhado pelos Estados Unidos, que pediram a Kiev para que implementasse "reformas profundas" dentro de um prazo razoável. O porta-voz da diplomacia dos EUA, Ned Price, acrescentou, no entanto, que apoia a política de "portas abertas" da Otan.

Este apelo do presidente ucraniano ocorre em um momento de plena tensão entre Kiev e Moscou.

Na semana passada, a Ucrânia acusou a Rússia de concentrar milhares de tropas em suas fronteiras norte e leste, assim como na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

O governo russo não negou os recentes movimentos de tropas, mas insistiu em que estes "não ameaça ninguém". Advertiu ainda que tomará as "medidas" necessárias, no caso de qualquer movimentação militar ocidental na Ucrânia.

Esta escalada verbal e a multiplicação dos confrontos com os separatistas pró-russos acabaram com uma trégua que se prolongou na segunda metade de 2020. Agora, os observadores e diplomatas temem uma retomada do conflito, que começou em 2014.

Nesta terça-feira, o exército ucraniano anunciou a morte de quatro soldados após uma série de confrontos nas últimas 48 horas. Desde o início do ano, 25 soldados morreram, a metade do total no ano de 2020.

Nas posições ucranianas perto de Avdivka, a pouco quilômetros da cidade separatista de Donetsk, militares ucranianos declararam à AFP que estão dispostos a responder em caso de ataque.

- "Restaurar a URSS" -

"Voltar não é uma opção", afirmou o sargento Vitali de 35 anos, cujo nome de guerra é Mahmud.

Para ele, os ocidentais devem permanecer alertas em relação ao presidente russo Vladimir Putin, que quer "restaurar a URSS" já que a "somente a Ucrânia não é o suficiente" para o presidente.

"Antes, quase não atacavam", mas agora "tentam sistematicamente destruir nossas posições" com bombardeios para "nos desmoralizar, nos intimidar", comenta seu colega Volodmir, de 26 anos.

Ucrânia e Geórgia, que cooperam com a Aliança, demonstram há anos seu interesse de integrar o grupo.

Em uma cúpula da Aliança em 2008, essas duas ex-repúblicas soviéticas esperavam poder se juntar à Otan, mas vários países ocidentais, entre eles França e Alemanha, não apoiaram a iniciativa.

Três meses depois começou uma guerra relâmpago entre Geórgia e Rússia, que terminou com a derrota georgiana.

Em 2014, Moscou anexou a península ucraniana da Crimeia, depois de uma revolução pró-Ocidente na Ucrânia.

Semanas depois, o leste do país mergulhou em um conflito com os separatistas pró-russos. Desde então, são mais de 13.000 mortos e quase 1,5 milhão de deslocados.


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