"Gostaria de questionar que, como ideia, conceitualmente, você está pensando apenas no Triângulo Norte", disse ele durante uma videoconferência organizada pelo grupo de reflexão Atlantic Council, com sede em Washington.
O Triângulo Norte, origem da maioria dos indocumentados que alcançaram a fronteira sul dos Estados Unidos nos últimos anos, concentrou os esforços de Washington para conter o fluxo migratório.
Determinado a enfrentar as raízes do êxodo para o norte, o governo de Joe Biden acaba de nomear o experiente diplomata Ricardo Zúñiga como enviado especial para o Triângulo Norte.
Mas Alvarado destacou a necessidade de adotar uma visão de toda a região centro-americana, no espírito que deu origem ao Acordo de Livre Comércio entre os Estados Unidos, a América Central e a República Dominicana (CAFTA-DR em inglês) em 2004.
"A estratégia dos Estados Unidos naquela época era garantir mais democracia, mais fluxos econômicos. Portanto, acho que há lições que podemos tirar dessa estratégia para o que está acontecendo agora na região", disse ele.
Assim como "não faria sentido ter apenas um acordo comercial com o Triângulo Norte" (...) se falamos de desenvolvimento, enfrentamento da pobreza, de abordar as mudanças climáticas que estão na raiz do que está acontecendo, precisamos de uma política mais abrangente", acrescentou.
O presidente, que foi ministro do Trabalho e do Desenvolvimento Humano, também destacou que o fluxo migratório para os Estados Unidos também não se limita aos três países que compõem o Triângulo Norte.
Para ele, a migração é como "a febre que o corpo tem quando tem outro problema" e toda a América Central, do Panamá à Guatemala, tem sido "um termômetro dessa febre".
Cada vez que há um conflito em algum lugar, "podemos ver como pessoas de vários países do mundo cruzam nossos territórios a pé em busca de chegar aos Estados Unidos", disse ele, mencionando os migrantes de Cuba, Haiti, Congo, Paquistão.
WASHINGTON