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Estado de Minas PARIS

Vale conclui venda de usina de níquel na Nova Caledônia


31/03/2021 13:42

O acordo final de venda da usina de níquel na Nova Caledônia do grupo brasileiro Vale para um consórcio liderado por coletividades locais foi assinado nesta quarta-feira (31).

No centro de um conflito que abala a ilha há vários meses, esta venda foi objeto de um acordo político no início de março entre partidários e opositores da independência e líderes tradicionais kanak.

"Após vários meses de negociação, estou satisfeito por ter concluído o nosso desinvestimento na VNC, beneficiando os empregados, a Nova Caledônia e todos os seus stakeholders. A Vale está totalmente comprometida com esta transação. Ela atende às garantias exigidas nos âmbitos financeiro, social e ambiental e oferece um futuro sustentável para as operações", declarou em comunicado Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.

Os ministros franceses da Economia, Bruno Le Maire, e Ultramar, Sébastien Lecornu, saudaram o acordo em comunicado de imprensa, estimando que "permitirá garantir a sustentabilidade da empresa, fundamental para a economia caledônia", com 1.200 empregos diretos em jogo, e 1.300 empregos indiretos, que devem aumentar para atingir 1.900 empregos até 2022.

A usina foi adquirida por um consórcio denominado "Prony Resources New Caledonia", no qual as comunidades caledônicas, trabalhadores assalariados e atores tradicionais deterão 51% do capital.

Desta forma, as três províncias da Nova Caledônia deterão 30% do capital, atores tradicionais 9% por meio de um fundo de preservação ambiental e assalariados 12%.

O grupo suíço de corretagem de commodities Trafigura terá uma participação de 19%, ao lado do fundo neozelandês AJO (30%).

Para concretizar este acordo "complexo", por "questões estruturantes" do território, segundo o ministério da Economia, o Estado francês investiu muito, colocando em cima da mesa cerca de 500 milhões de euros, em crédito, garantias de crédito e apoios fiscais.

A Vale também aceitou em deixar nos cofres 550 milhões de dólares, enquanto os compradores colocarão na mesa pouco menos de 100 milhões de dólares, disse Bercy.

Antonin Beurrier, o diretor da usina, criticado pelos líderes tradicionais e separatistas, permanecerá como diretor-geral durante uma fase de transição.

O projeto inclui ainda uma parceria comercial e industrial com a montadora de automóveis Tesla, cujas baterias são a saída da usina de níquel de Goro, além de um plano de desenvolvimento ambiental (Projet Lucy).

Antes do acordo no início de março, o movimento de independência se opôs ao projeto de venda durante meses, em um contexto político marcado pelo segundo referendo sobre o processo de descolonização progressiva do arquipélago.

A usina foi invadida por manifestantes em 10 de dezembro e está paralisada desde então.

O processo de retomada está em curso, indicou nesta quarta-feira o ministério de Ultramar, que conta com o reinício das atividades "provavelmente em abril".

Nova Caledônia, arquipélago francês de 270.000 habitantes no Pacífico Sul, colonizado em 1853, é hoje parcialmente autônoma. O território continua sendo estratégico por suas grandes reservas de níquel.

VALE

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