Em uma mensagem publicada em sua conta no Instagram, ele diz ter recebido "seis advertências em duas semanas" na prisão de Pokrov, localizada a cerca de 100 km de Moscou, onde cumpre uma pena de dois anos e meio de prisão.
"Nas prisões russas, há duas formas principais de sanções: a advertência e a internação em um calabouço disciplinar. E com apenas duas advertências eles podem te enviar para lá. Não é nada confortável: as condições de prisão lá são próximas à tortura", escreveu o opositor.
Navalny publica frequentemente em sua prisão mensagens nas redes sociais, e seus advogados se recusam a dizer como ele faz isso, já que não tem acesso à Internet.
Nesta última mensagem, ele explica que foi alvo de "20 advertências disciplinares", principalmente por ter "levantado da cama 10 minutos" mais cedo que o habitual, ou também por "se negar a realizar" os exercícios físicos matinais obrigatórios.
Vítima de um envenenamento com um agente neurotóxico em agosto do ano passado, Navalny culpa o Kremlin, que nega qualquer envolvimento no episódio.
Ativista anticorrupção e crítico ferrenho do presidente Vladimir Putin, Navalny foi detido em janeiro quando retornava para a Rússia, procedente da Alemanha, onde se recuperava do envenenamento.
Em fevereiro, foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de fraude que data de 2014 e que tanto ele quanto as ONGs e muitos países ocidentais afirmam que é uma manipulação política.
Na semana passada, pessoas próximas a ele manifestaram preocupação com sua saúde na prisão, e o opositor reclamou de fortes dores nas costas e na perna direita. A administração penitenciária considera, por sua vez, que ele se encontra em um estado "satisfatório".
MOSCOU