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Estado de Minas KIGALI

Ruanda saúda relatório que aponta responsabilidade da França em genocídio dos tutsis


26/03/2021 17:24

Ruanda saudou nesta sexta-feira (26) a publicação de um relatório francês sobre o genocídio dos tutsis em 1994, que constitui "um passo importante para uma compreensão comum do papel da França", segundo um comunicado de sua chancelaria.

Este relatório, elaborado por uma comissão de historiadores, entregue nesta sexta-feira ao presidente Emmanuel Macron, afirma que a França "fechou os olhos ante a preparação" do genocídio e tem uma "responsabilidade avassaladora" nesta tragédia que, segundo a ONU, deixou pelo menos 800.000 mortos, especialmente tutsis.

"O governo ruandês saúda o informe da comissão Duclert, que representa um passo importante para uma compreensão comum do papel da França no genocídio dos tutsis", declarou em nota o ministério ruandês das Relações Exteriores.

"Um relatório de investigação encomendado pelo governo ruandês em 2017 será publicado nas próximas semanas [e suas] conclusões completarão e enriquecerão as da comissão Duclert", acrescentou o ministério.

O documento francês, fruto de dois anos de estudos dos arquivos franceses, faz um balanço sem concessões da implicação militar e política da França no genocídio, entre abril e julho de 1994.

No entanto, a comissão a cargo do relatório, presidida pelo historiador Vincent Duclert, destaca que "nada demonstra" que a França tenha sido "cúmplice" do genocídio desencadeado em 7 de abril de 1994, no dia seguinte de um ataque contra o avião do então presidente Juvenal Habyarimana.

Este relatório poderia marcar um ponto de inflexão na relação entre os dois países, envenenada por mais de 25 anos pelas violentas controvérsias sobre o papel da França neste extermínio. O Palácio do Eliseu informou que espera que ajude a desenvolver e melhorar as relações com Kigali.

"A França continuará com seus esforços na luta contra a impuniade dos responsáveis" pelo genocídio, informou na sexta-feira o presidente francês em um comunicado, após a publicação do informe.

O documento, de mais de 1.000 páginas, foi realizado com base em telegramas diplomáticos e notas confidenciais.


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