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Estado de Minas BIRMINGHAM

Bernie Sanders visita Alabama em apoio aos protestos dos trabalhadores da Amazon


26/03/2021 21:34 - atualizado 26/03/2021 21:39

O senador e ex-pré-candidato presidencial Bernie Sanders viajou nesta sexta-feira (26) ao Alabama para apoiar a mobilização dos funcionários da Amazon em sua tentativa de criar pela primeira vez um sindicato dos trabalhadores do gigante da internet.

O senador independente de Vermont, que se descreve como um "socialista democrata", viajou para tentar convencer um grupo de trabalhadores que hesita em dar o passo para a criação de uma organização sindical, questão que os funcionários da Amazon debatem.

"Atualmente eles estão com medo", afirmou Sanders, que chegou acompanhado do rapper Killer Mike e do ator Danny Glover.

Amazon "teme que, se os trabalhadores conseguirem formar um sindicato, a ideia possa estender-se por todo o país", afirmou à imprensa o senador independente, após um discurso para os funcionários locais da gigante do varejo online.

"Na Europa, a Amazon negocia com sindicatos, então também pode fazer isso nos Estados Unidos", continuou Sanders.

Após meses de mobilizações de alguns empregados, os cerca de 5.800 trabalhadores do centro da Amazon em Bessemer estão convidados a votar por correio até 29 de março para decidirem se querem ser representados por um sindicato.

A grande empresa, com sede em Seattle, diz que não se opõe à criação de uma organização coletiva dos trabalhadores, mas distribuiu inúmeros panfletos contra a iniciativa e também criou um site chamo DoItWithoutDues (Faça sem contribuições, em tradução livre).

O anúncio da chegada de Sanders, acompanhado pelo rapper Killer Mike e o ator Danny Glover, foi criticado por um alto diretor da Amazon.

"Costumo dizer que somos o Bernie Sanders dos empregadores, mas isso não é totalmente verdade porque nós realmente oferecemos um local de trabalho progressista", escreveu no Twitter com ironia Dave Clark, diretor da divisão de consumo.

- Cerca de 800 mil trabalhadores -

"Se você quiser ouvir sobre um salário de 15 dólares por hora e um seguro de saúde, o senador Sanders vai falar no centro da cidade. Mas se quiser ganhar pelo menos 15 dólares por hora com uma boa cobertura de saúde, a Amazon está contratando", acrescentou.

A empresa destacou que paga seus trabalhadores o dobro do salário mínimo no Alabama.

A gigante do comércio online e da tecnologia é o segundo maior empregador dos Estados Unidos, com cerca de 800.000 trabalhadores, principalmente nos centros de logística.

A batalha para sindicalizar o centro de Bessemer - que emprega uma maioria de pessoas negras - foi alvo de uma saga midiática comparável a uma campanha política, e até agora todas as tentativas fracassaram.

Segundo a mídia americana, o sindicato da distribuição (RWDSU) está apostando em sua capacidade de mobilizar os jovens trabalhadores, que acredita-se que são mais relutantes a pagar as contribuições sindicais.

Os trabalhadores favoráveis a um "Sim" querem mais poder de negociação, especificamente sobre as condições de trabalho, mas também sobre benefícios financeiros.

- Permissão para ir ao banheiro -

"Gostaria de saber por que o homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, está gastando milhões tentando impedir que seus trabalhadores se sindicalizem", Sanders respondeu a Dave Clark no Twitter.

O diretor da Amazon não se calou e respondeu ao senador perguntando por que em seu estado natal, Vermont, o salário mínimo é de apenas US$ 11,75 por hora.

O senador "não parece ser capaz de influenciar seu próprio estado", retrucou o executivo.

A Amazon partiu para a ofensiva após um ano de pandemia em que se concentrou em contratar mais funcionários, oferecendo bônus de risco devido à covid-19 e defendendo seu papel como distribuidor de produtos essenciais durante o confinamento.

"Você não acha que realmente forçamos os funcionários a fazer xixi em garrafas, acha? Se isso fosse verdade, ninguém trabalharia para nós", respondeu a empresa no Twitter, em resposta a uma mensagem de um legislador democrata.

A mensagem foi replicada por uma onda de fotografias de jornalistas e ativistas para denunciar a jornada de trabalho infernal a que estão submetidos os funcionários, principalmente os entregadores, o que, segundo os críticos, dificulta a ida ao banheiro e obriga o uso de garrafas para 'se aliviar'.

AMAZON.COM

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