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Estado de Minas LONDRES

Mais navios e menos soldados para modernizar as Forças Armadas britânicas


22/03/2021 16:45 - atualizado 22/03/2021 16:49

Depois da muito criticada decisão de aumentar o arsenal nuclear britânico, o governo de Boris Johnson apresenta nesta segunda-feira (22) uma estratégia para modernizar suas Forças Armadas que inclui o aumento da capacidade naval e tecnológica, mas também a redução do número de soldados.

O ministro da Defesa, Ben Wallace, apresentou ao Parlamento um plano que implicará a mobilização de "mais barcos, submarinos, marinheiros" e uma transformação dos Royal Marines em uma nova unidade denominada "Future Commando Force".

A mesma se encarregará de "proteger as rotas marítimas e manter a liberdade de navegação" e receberá mais de 200 milhões de libras (275 milhões de dólares) de investimento direto na próxima década.

Um novo navio de vigilância da Royal Navy entrará em operação em 2024, com uma tripulação de 15 pessoas, para proteger os cabos submarinos britânicos e outras infraestruturas.

O plano inclui, ainda, mais investimentos em "inteligência, vigilância e reconhecimento, na guerra eletrônica, nas capacidades de ataque, assim como em sensores melhorados e medidas defensivas".

Mas este "aumento da capacidade de mobilização e a vantagem tecnológica do exército significará que se pode obter um efeito maior com menos pessoas", explicou o ministro, ao anunciar uma redução dos efetivos dos atuais 76.500 para 72.500 em 2025.

Assegurando que o exército britânico "não está em sua força estabelecida de 82.000 desde meados da década passada", destacou que estes cortes "não requererão dispensas".

- "Investir a longo prazo" -

A apresentação deste plano ocorre menos de uma semana depois de o Reino Unido anunciar a decisão de aumentar o limite máximo de seu arsenal nuclear pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria.

O mesmo passará de 180 ogivas nucleares para 260, ou seja, um aumento de 45% que acabará com o desarmamento progressivo empreendido pelo país após a queda da União Soviética em 1991.

Essa guinada, justificada por Londres pela necessidade de "manter um nível mínimo crível de dissuasão" diante de novas ameaças, foi descrita como "hipocrisia monstruosa" pelo Irã e como dano à "estabilidade mundial e segurança estratégica" pela Rússia.

Esta decisão foi anunciada no final da primeira revisão estratégica em segurança, defesa e política externa realizada desde a entrada em vigor do Brexit, com o fim do período de transição em 1º de janeiro.

"Não queremos guerras, queremos dissuadi-las e ser úteis em todo o mundo, em colaboração com nossos amigos, para manter a paz", disse na segunda-feira o premier Boris Johnson durante a visita a instalações no noroeste da Inglaterra da gigante de defesa britânica BAE Systems.

"Para isso, precisamos de forças armadas fortes e robustas", acrescentou, destacando querer "investir a longo prazo" não só com fins militares, mas também por "boas razões econômicas".

- 2,2% do PIB -

Depois, o líder conservador falou por telefone com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, a quem "enfatizou o firme compromisso do Reino Unido com a Otan como garantidor da segurança euroatlântica e destacou que o aumento do investimento em defesa eleva o gasto total britânico a 2,2% do PIB, acima do objetivo" de 2% estabelecido pelo bloco para seus membros.

Johnson havia anunciado em novembro um investimento sem precedentes na defesa nas últimas três décadas: 190 bilhões de libras (263 bilhões de dólares) nos próximos quatro anos.

No âmbito do plano de modernização, será mobilizada em terra uma brigada de operações especiais "capaz de operar discretamente em entornos de alto risco e de se deslocar rapidamente no mundo", explicou o ministério da Defesa.

Será composta de quatro batalhões e durante os próximos quatro anos, se investirá nela 120 milhões de libras (166 milhões de dólares).

Também será criada uma Brigada de Assistência às Forças de Segurança para assessorar e formar os países aliados.


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