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Estado de Minas WASHINGTON

Em Atlanta, Biden pede ação frente à violência contra americanos de origem asiática


19/03/2021 20:13 - atualizado 19/03/2021 20:13

Em visita a Atlanta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta sexta-feira ação frente à violência contra americanos de origem asiática e urgiu os americanos a lutarem contra o "ressurgimento da xenofobia".

"Não podemos ser cúmplices, temos que denunciar e temos que agir", disse Biden em discurso na Universidade de Emory.

Ele destacou que "muitos americanos de origem asiática estão inquietos por sua segurança e a de seu entorno" e urgiu os americanos a lutarem contra o "ressurgimento da xenofobia".

O presidente e sua vice, Kamala Harris, foram a Atlanta para confortar a comunidade asiática da região, em luto após ataques a tiros contra três casas de massagem esta semana, em meio ao aumento da violência racista motivada pela pandemia.

O presidente criticou a retórica de seu antecessor de se referir ao coronavírus e o uso de expressões como "o vírus da China" que, segundo ativistas, incentivaram as agressões contra a comunidade asiática.

"As palavras têm consequências. Fala-se coronavírus. Ponto", afirmou.

Durante a visita, Biden e Harris se reuniram com membros da comunidade asiática após os ataques a tiros contra três casas de massagem que deixaram oito mortos, seis deles mulheres de origem asiática.

A visita a esta grande cidade localizada no sul dos Estados Unidos foi a princípio planejada como uma ida com foco na pandemia e no plano de estímulo econômico aprovado pelo Congresso, mas o massacre que chocou os Estados Unidos alterou a agenda.

"Eles se reunirão com legisladores estaduais e representantes da comunidade para ouvir sobre o impacto do incidente na comunidade e ouvir sua perspectiva", explicou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Paski, antes da viagem.

Biden ordenou que as bandeiras fossem hasteadas a meio mastro até segunda-feira como homenagem às oito vítimas do massacre, a maioria de origem asiática, mortas por um homem branco de 21 anos.

Ainda que a motivação dos crimes não tenha sido esclarecida, Biden reconheceu que as pessoas de origem asiática estão preocupadas e que vários incidentes ocorridos nos últimos meses são muito "alarmantes".

- Estereotipadas -

Preso após abrir fogo contra três spas de massagem em Atlanta e seus subúrbios, Robert Aaron Long reconheceu sua autoria e agora enfrenta acusações de assassinato.

Mas quando questionado, ele nega qualquer motivação racista e afirma ser viciado em sexo e que procurava erradicar a "tentação".

Porém, para a comunidade asiática, muito emocionada com os acontecimentos, este tiroteio faz parte de uma onda de incidentes caracterizados pelo aumento da hostilidade e do racismo em relação a eles desde o início da pandemia.

Para democratas e ativistas antirracistas, as frequentes referências ao "vírus da China" e à cidade chinesa de Wuhan - onde o novo coronavírus foi detectado pela primeira vez - usadas pelo ex-presidente republicano Donald Trump alimentaram o problema.

Além disso, "as mulheres asiáticas foram estereotipadas de maneiras que são permeadas por critérios de raça, gênero e altamente sexualizadas", explicou Catherine Ceniza Choy, uma acadêmica de estudos étnicos da UC Berkey.

A associação Stop AAPI Hate (Fim ao ódio contra os americanos de origem asiática e das ilhas do Pacífico) afirma que registrou mais de 3.800 ameaças e incidentes contra este grupo neste ano.

- "Uma mãe solteira" -

As autoridades começaram a divulgar os nomes das vítimas. As quatro mulheres que morreram nos dois quartos no centro de Atlanta foram identificadas como Hyun J. Grant, 51 anos, Soon C. Park, 74 anos, Yong A. Yue, 63 anos, e Suncha Kim, 69 anos, de acordo com autoridades de medicina legal do condado de Fulton.

Grant deixou dois filhos órfãos e o mais velho fez um pedido de arrecadação de fundos que já contabilizou mais de um milhão de dólares.

"Ela era uma mãe solteira que dedicou toda a sua vida a apoiar a mim e a meu irmão", disse seu filho Randy Park. "Perdê-la me deu uma nova perspectiva de quanto ódio existe no mundo", disse o jovem que não tem família além de seu irmão nos Estados Unidos.

As outras quatro vítimas perderam a vida na casa de massagens Acworth, em um subúrbio de Atlanta.

Uma deles era Xiaojie Tan, proprietária do spa de 49 anos. Ela foi descrita por um cliente que falou ao The New York Times como a "pessoa mais gentil, doce e generosa do mundo".

Delaina Yaun, uma cliente de 33 anos que estava lá com seu marido e dois funcionários, Daoyou Feng, 44 anos, e Paul Andre Michels, 54 anos, também perderam a vida no local.

O democrata Andrew Yang, ex-candidato presidencial, pediu ao governo que reconheça a natureza racista desses ataques.

"Eles são atacados por sua raça", observou em um comício em Nova York.

Yang, um empresário de sucesso, conta que cresceu sob um véu de invisibilidade, tendo sido alvo do ridículo e de desprezo, em um relato no qual, com a voz trêmula, diz que essa hostilidade foi se transformando de forma "mortal, virulenta e odiosa".


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