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Estado de Minas PARIS

Os escândalos de abusos sexuais contra menores na Igreja Católica


18/03/2021 12:23

A Igreja Católica foi abalada em todo o mundo por uma onda de escândalos sexuais contra menores, que geraram inúmeras investigações como a publicada nesta quinta-feira (18) na Alemanha.

- Chile -

Durante sua viagem ao Chile em janeiro de 2018, o papa Francisco defendeu o bispo chileno Juan Barros diante da suspeita de ter encoberto os crimes sexuais de um padre. Depois voltou atrás, convidou algumas das vítimas para Roma e convocou todos os bispos chilenos.

Esses últimos apresentaram sua renúncia em bloco após a reunião. Algumas delas, como a do bispo Barros e a do arcebispo de Santiago do Chile, o cardeal Ricardo Ezzati, acusado de encobrir os padres, foram aceitas.

Em outubro de 2018, os tribunais chilenos ordenaram que a Igreja pagasse 450 milhões de pesos (671.000 dólares) em indenização às três vítimas.

- Estados Unidos -

O papa Francisco destituiu em fevereiro de 2019 o ex-cardeal americano Theodore McCarrick, de 88 anos, acusado de agressão sexual há quase meio século. Essa foi a primeira vez que um cardeal foi "reduzido ao estado laico" por tais acusações.

Em 2018, uma investigação do Ministério Público da Pensilvânia descobriu abusos sexuais encobertos pela Igreja Católica desse estado, cometidos por mais de 300 "padres predadores" contra ao menos mil meninos.

O escândalo obrigou o ex-arcebispo de Pittsburgh, Donald Wuerl, a renunciar.

Na década de 2000, segundo uma ampla investigação do Boston Globe, a hierarquia da diocese e em particular o ex-arcebispo Bernard Law encobriram sistematicamente os abusos sexuais cometidos por cerca de 90 padres durante décadas.

Refugiado no Vaticano após renunciar ao arcebispado, Bernard Law morreu em 2017.

A Igreja dos Estados Unidos recebeu denúncias de mais de 18.500 vítimas de abusos sexuais por parte de mais de 6.700 clérigos entre 1950 e 2016, segundo o bishop-accountability.org.

- Austrália -

O cardeal George Pell foi condenado em 2019 a seis anos de prisão pelo estupro e agressão sexual de dois coroinhas em 1996 e 1997 na catedral de São Patrício, na cidade de Melbourne (sudeste), onde era arcebispo.

Sua condenação, confirmada em apelação, foi anulada pelo tribunal superior da Austrália, que o absolveu em 2020 alegando o benefício da dúvida.

Em maio de 2018, o arcebispo australiano Philip Wilson foi declarado culpado de encobrir as agressões cometidas por um padre na década de 1970. Sua condenação foi anulada em apelação em dezembro de 2018.

- Alemanha -

Desde 2010, foram revelados centenas de casos de abusos sexuais a menores em instituições religiosas, inclusive no elitista Canisius College de Berlim. Em 2017, um relatório de investigação revelou que ao menos 547 meninos do coro católico de Ratisbona sofreram supostos abusos, incluindo estupro, entre 1945 e o início da década de 1990.

Em 2018, uma investigação de um consórcio de pesquisadores universitários descobriu que ao menos 3.677 crianças foram abusadas sexualmente entre 1946 e 2014 por 1.670 clérigos. A maioria dos criminosos nunca foi castigada.

Nesta quinta-feira (18), um relatório independente encarregado pela Igreja alemã identificou 314 menores abusados sexualmente por 202 clérigos ou laicos entre 1975 e 2018 na diocese de Colônia.

- Irlanda -

Na década de 2000, as acusações de abusos sexuais durante anos contra 14.500 meninos envolveram as instituições da Igreja. Vários bispos e padres, acusados de encobrir os abusos, foram sancionados.

Durante sua viagem à Irlanda em 2018, o papa se reuniu especialmente com uma vítima do padre Tony Walsh, que abusou sexualmente de meninos durante quase duas décadas antes de ser expulso e preso.

- França -

Em 2019, o cardeal Philippe Barbarin foi condenado em primeira instância a seis meses de prisão com pena suspensa por não denunciar as agressões sexuais a menores cometidas pelo padre Bernard Preynat a cerca de 70 jovenes escoteiros entre 1986 e 1991.

Ele foi absolvido em apelação em 2020. O papa, no entanto, aceitou sua demissão.

Bernard Preynat, por sua vez, foi condenado em 2020 a cinco anos de prisão.

No início de março, uma comissão independente sobre os abusos sexuais na Igreja francesa estimou que o número de vítimas poderia alcançar "ao menos 10.000" desde os anos 1950.


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