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Estado de Minas NAÇÕES UNIDAS

A impotência da ONU diante da guerra na Síria, que completa dez anos


15/03/2021 18:46

Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira(15) que "a comunidade internacional não se deixe enganar pelas próximas eleições presidenciais na Síria", durante uma sessão do Conselho de Segurança da ONU na qual nenhuma nova iniciativa foi apresentada para relançar o "estagnado" processo de solução política do conflito.

"Estas eleições não serão livres ou justas" e "não cumprem os critérios da resolução 2254 - supervisão da ONU ou realizadas de acordo com uma nova constituição", insistiu a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

Presidente interina do Conselho de Segurança, a diplomata fez com que esta reunião mensal do Conselho coincidisse com o décimo aniversário do início da guerra, em 15 de março.

"Os distúrbios que eclodiram em março de 2011 na Síria foram usados por forças externas para agravar a situação no país. Seu objetivo era derrubar as autoridades sírias legítimas e remodelar o país", respondeu seu homólogo russo, Vassily Nebenzia.

"Grupos armados ilegais, inclusive internacionais, aproveitaram a oportunidade" para se multiplicar, destacou, pedindo novamente a saída da Síria de tropas estrangeiras contrárias ao governo de Damasco.

Sem rejeitar de antemão as eleições presidenciais marcadas para junho, a França, que dominou a Síria entre 1920 e 1946, pediu que as eleições fossem críveis.

"Trata-se de trabalhar para o estabelecimento de um cessar-fogo a nível nacional, preparando-se agora para a realização de eleições livres e transparentes, sob a supervisão das Nações Unidas e nas quais a diáspora possa participar, sem as quais não haverá solução para o conflito", disse a vice-embaixadora da França, Nathalie Broadhurst.

O processo para uma solução política que abre o caminho para a paz na Síria está "bloqueado" em um contexto de "profunda crise econômica", disse na sexta-feira o representante da Cruz Vermelha Internacional (CICV) em Damasco, Philip Spoerri.

- "Sírios desesperados" -

"Os sírios estão realmente desesperados", disse Spoerri a alguns meios de comunicação, incluindo a AFP, referindo-se à "realidade realmente deprimente" nos campos de refugiados onde as crianças, privadas de escola, "não têm futuro".

O embaixador do Níger, Abdou Abarry, apelou ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira para que "a Síria deixe de ser um laboratório de horrores".

"O regime de (Bashar al) Assad deve libertar aqueles que são detidos arbitrariamente, especialmente mulheres, crianças e idosos", acrescentou Linda Thomas-Greenfied.

"A população precisa de ajuda internacional coletiva", concordou Vassily Nebenzia, cujo país, no entanto, reduziu drasticamente em julho os pontos de entrada na Síria que não exigiam a aprovação de Damasco.

A única travessia ainda em vigor, na fronteira com a Turquia, está autorizada pelo Conselho de Segurança até julho, mas Moscou, principal apoiador da Síria, deu a entender que se opõe à sua renovação.

O enviado da ONU à Síria, o norueguês Geir Pedersen, pediu a criação de um "novo formato internacional" para relançar uma solução política para o conflito.

Referindo-se aos "principais atores internacionais", ele disse que esse novo formato incluirá Estados Unidos, Rússia, Irã, Turquia, União Europeia e países árabes, muitos dos quais aspiram a um retorno da Síria à Liga Árabe.


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