As dificuldades do poderoso governador, considerado por muitos um herói pela forma como conduziu a pandemia no ano passado, aumentaram consideravelmente desde ontem. O jornal local "Times Union" revelou que uma das funcionárias de Cuomo o havia acusado de colocar a mão sob sua blusa e tê-la tocado "de forma agressiva" no fim de 2020, na residência oficial.
Desde o mês passado, o governador, 63, cujo terceiro mandato termina no fim de 2022, está enfraquecido, depois que cinco mulheres o acusaram de assédio sexual ou comportamento impróprio. Mas as acusações de ontem são mais graves e podem ter consequências penais: o gabinete do governador teve que notificar a polícia, confirmou à AFP um de seus advogados.
As novas acusações fizeram com que 59 membros democratas do parlamento estadual de Nova York - que conta com 213 congressistas, a maioria democrata, como o governador - se unissem a dezenas de republicanos que já pediam publicamente o afastamento de Cuomo. Após recebê-los, o líder democrata da câmara baixa, Carl Heastie, informou hoje que autorizou "o Comitê Judicial da Câmara a abrir uma investigação de impugnação", primeiro passo para uma possível destituição do governador.
"As acusações contra o governador são graves", declarou Heastie. "O comitê poderá entrevistar as testemunhas, exigir documentos e analisar as provas." A investigação correrá paralelamente à anunciada pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James.
O governador ainda não reagiu ao anúncio. A destituição pelo parlamento de Nova York requer uma maioria simples na câmara baixa e dois terços na câmara alta. O último processo remonta a 1913.
NOVA YORK