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Estado de Minas LIMA

Após 'Vacinagate', nova controvérsia no Peru por vacinas chinesas contra a covid


06/03/2021 19:21 - atualizado 06/03/2021 19:25

O governo peruano desmentiu neste sábado (6) que as vacinas chinesas compradas por Lima tenham pouca eficácia contra a covid-19, após a divulgação do relatório de um ensaio clínico que afirmava que apenas imunizava um terço dos pacientes.

A informe, divulgado pela emissora Willax três semanas depois do escândalo "Vacinagate" ou "VacinaVIP", de imunizações antecipadas de 470 pessoas, mais uma vez colocou o processo de vacinação em xeque em um país fortemente atingido pela pandemia, em meio a uma disputada campanha eleitoral.

"Nos parece muito irresponsável dizer meias verdades", disse a número dois do governo peruano, Violeta Bermúdez, em uma coletiva de imprensa, afirmando que o relatório divulgado era preliminar - e não o definitivo - dos testes clínicos da vacina da Sinopharm no Peru.

"O objetivo por trás [da divulgação do relatório] é fazer com que o processo de vacinação fracasse", afirmou Bermúdez, garantindo que o Peru comprou vacinas do Sinopharm para imunizar a população em janeiro após estudos em outros países, que concluíram que tinha 79,34% de eficácia.

"Encarregamos o Ministério da Justiça de analisar a situação para avaliar quais medidas legais vamos adotar" pela divulgação desse informe, disse, destacando o ensaio da vacina no Peru, do qual o polêmico relatório foi vazado, ainda não foi concluído.

- Reação do laboratório chinês -

O laboratório chinês Sinopharm expressou em um comunicado que "os dados na reportagem são incompletos, não contam com caráter científico e não refletem de uma forma autêntica, nem completa o efeito protetor da vacina".

O informe publicado "carece severamente de veracidade e é extremamente irresponsável", portanto o laboratório se "reserva o direito de exigir as responsabilidades" judicialmente, acrescentou comunicado distribuído pela embaixada chinesa em Lima.

Em 20 de fevereiro, o novo chanceler do Peru, Allan Wagner, advertiu que as polêmicas sobre a vacinação poderiam prejudicar as relações com a China, principal parceira comercial do seu país.

"É preciso ter muito cuidado com nossas relações com a República Popular da China", expressou o chanceler na ocasião.

Wagner substituiu na chancelaria Elizabeth Astete, que se demitiu em 14 de fevereiro após admitir que foi uma das 470 pessoas vacinadas irregularmente. A então ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, que também recebeu em segredo a vacina chinesa, foi outra que renunciou.

- Relatório final em oito semanas -

O médico responsável pelos testes clínicos no Peru, Germán Málaga, foi afastado de seu cargo e agora está sob observação do Ministério Público por causa da imunização irregular de 470 pessoas, incluindo o ex-presidente Martín Vizcarra.

A Médica pesquisadora que substituiu Málaga, Coralith García, confirmou que a Universidade Peruana Cayetano Heredía (privada) ainda não concluiu o ensaio clínico e disse que o relatório final seria divulgado em oito semanas.

"A informação limpa, final, não a temos neste momento", disse García à emissora RPP.

Bermúdez insistiu em que o governo vai denunciar "qualquer tentativa que ameace a saúde pública", garantindo que a divulgação do relatório tem como objetivo fazer com que as pessoas parem de se vacinar.

- Tema de campanha eleitoral -

A vacinação no Peru tem sido motivo de grande polêmica desde que começou, há um mês, e é um assunto recorrente nas críticas de alguns dos 18 candidatos presidenciais que concorrem às eleições de 11 de abril.

Vários candidatos exigiram que o governo autorizasse empresas privadas a importar vacinas para imunizar seus trabalhadores, mas o presidente interino, Francisco Sagasti, recusou de imediato.

Os idosos começarão a ser vacinados com doses americanas de Pfizer na próxima segunda-feira, um mês após o início da aplicação das vacinas chinesas entre os profissionais de saúde, tarefa que ainda não foi concluída.

Com 33 milhões de habitantes, o Peru acumula mais de 1,3 milhão de casos da covid-19 e ultrapassa 46.800 mortes.

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