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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Economia brasileira teve queda de 4,1% em 2020


03/03/2021 11:46 - atualizado 03/03/2021 11:50

A economia do Brasil registrou queda de 4,1% em 2020, menos do que nas demais grandes economias regionais graças aos auxílios pagos até dezembro a milhões de brasileiros para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, segundo dados oficiais divulgados nesta quarta-feira (3).

O resultado é um pouco melhor do que a média de 4,2% prevista por 40 analistas consultados pelo jornal Valor.

O único setor que registrou crescimento no ano passado foi a agropecuária (2%), enquanto a indústria perdeu 3,5% e os serviços caíram 4,5%, informou o IBGE.

Pelo lado da demanda, os investimentos caíram 0,8% e o consumo das famílias 5,5%, apesar do colapso de 13% registrado entre janeiro e junho.

Em valores correntes, o Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia latino-americana soma 7,4 trilhões de reais.

O PIB per capita registrou queda de 4,8%, para R$ 35.172, indicou o IBGE.

O colapso da economia de 2020 foi muito menor do que o previsto pelo FMI em junho (-9,1%) e do que de outras economias regionais, como México (-8,5%) ou Argentina (-10%), por causa do auxílio emergencial concedido pelo governo no período de abril a dezembro a um terço dos 212 milhões de brasileiros.

Mesmo assim, segundo o IBGE, essa é a maior queda desde o início, em 1996, da atual série histórica do instituto e a terceira desde o início do século 20, após as de 1981 (-4,25%) e 1990 (-4,35%), no período chamado de "década perdida" da América Latina.

Os dados culminam também em uma nova 'década perdida' da maior economia latino-americana, com crescimento médio anual de 0,30%, inferior ao de 1981 a 1990 (1,66%).

A publicação de dados melhores que o esperado não tiveram um maior impacto na Bolsa de São Paulo, que estava em baixa de 0,4% nesta manhã.

Para o economista Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, o PIB "não surpreendeu" e "a alta do dólar, que favoreceu muito as exportações agrícolas, ajudou bastante a evitar uma queda mais significativa".

- Recuperação ameaçada pela pandemia -

O Brasil se recuperava com dificuldade da crise de 2015-2016, quando o PIB caiu 6,7% em dois anos, mas a pandemia de coronavírus - que deixa mais de 257.000 mortos no país - o mergulhou na recessão no segundo trimestre de 2020.

Graças ao auxílio emergencial, o país apresentou recuperação no terceiro trimestre (+7,7%), encerrando o quarto com alta de 3,2% em relação ao trimestre anterior, acima dos 2,8% estimado pelos analistas.

No entanto, o auxílio foi cortado em janeiro, em meio a uma nova fase de crescimento da doença, que está deixando pela primeira vez mais de 1.200 mortes por dia na média semanal.

Este é um panorama agravado pela lentidão da campanha de vacinação e pela confusão provocada pelos questionamentos do presidente Jair Bolsonaro sobre a eficácia das vacinas e das medidas de confinamento.

"O crescimento trimestral de 3,2% no quarto trimestre, acima das expectativas, confirma que a economia teve no ano passado um dos melhores resultados da América Latina", escreveu a consultoria Capital Economics.

"Mas fortes evidências sugerem que a recuperação desacelerou este ano, enquanto o agravamento do surto de covid-19 prejudica as perspectivas no mínimo durante os próximos meses", acrescentou.

Os analistas preveem uma nova queda do PIB no primeiro trimestre deste ano, com um segundo trimestre em dúvida e uma recuperação apenas no segundo semestre, para fechar 2021 com uma expansão de 3,29%, segundo as projeções do mercado.


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