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Estado de Minas WASHINGTON

Ex-encarregados de segurança do Capitólio admitem falhas


23/02/2021 18:32 - atualizado 23/02/2021 18:39

A invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro expôs as fragilidades de segurança e Inteligência, bem como uma lenta resposta militar aos pedidos de apoio da Guarda Nacional, admitiram funcionários no Congresso nesta terça-feira (23).

Entre as falhas reveladas está o fato de que, na véspera do ataque, o FBI enviou à polícia do Congresso um relatório alertando que grupos extremistas se dirigiam a Washington e estavam "prontos para a guerra", mas o documento não chegou às mãos dos superiores.

A sessão também revelou que os militares estavam "relutantes" em enviar tropas para defender o Congresso, mesmo quando ficou claro que a situação havia se deteriorado.

Na primeira audiência no Senado sobre estes incidentes, os agentes encarregados de custodiar o edifício do Congresso admitiram que foram pegos de surpresa.

Os testemunhos demonstraram que os agentes foram superados em número pelos invasores, que estavam armados e agiam de forma coordenada.

Destacaram, ainda, que o nível de ameaça da manifestação de 6 de janeiro foi classificado como "remoto" ou "improvável", apesar de grupos extremistas, como os Proud Boys, terem deixado claro em suas declarações que viajariam a Washington para causar problemas.

"Estes criminosos vieram preparados para a guerra", disse o ex-chefe da polícia do Capitólio, Steven Sund.

Em um primeiro momento, Sund garantiu que "nenhuma entidade, inclusive o FBI, aportou informação de Inteligência que indicasse que haveria um ataque violento e coordenado ao Capitólio dos Estados Unidos por parte de milhares de insurgentes bem equipados".

No entanto, durante a audiência de mais de quatro horas, Sund admitiu que a Polícia do Capitólio recebeu um relatório do FBI sobre a ameaça de violência, mas que nenhum alto funcionário foi informado na época.

"Isso é muito preocupante", respondeu o senador democrata Jeff Merkley.

Sund renunciou ao cargo após os distúrbios, que deixaram cinco mortos, inclusive um policial. Outros dois agentes se suicidaram pouco depois.

- "Lutando por suas vidas" -

O sargento encarregado da Câmara de Representantes, Paul Irving, e seu colega a cargo da segurança no Senado, Senado, Michael Stenger, também deixaram os cargos.

Na audiência, Irving afirmou que os dados de "Inteligência não apontaram para um ataque coordenado contra o Capitólio e tampouco isso foi mencionado em nenhuma das discussões entre agências às quais eu assisti nos dias prévios ao ataque".

Em 6 de janeiro, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dirigiu-se a seus seguidores, que se manifestavam perto da Casa Branca e os convocou a marchar até o Congresso e "lutar como o demônio".

Os incidentes, atiçados pelas reiteradas afirmações sem fundamento de Trump de que houve fraude nas eleições, visavam a interferir na certificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 3 de novembro.

Robert Contee, comandante interino da polícia de Washington, relatou que naquele dia, os agentes estavam literalmente "lutando por suas vidas" no Capitólio.

Além disso, admitiu ter ficado "atônito" diante da "reticência" do Departamento do Exército em enviar efetivos da Guarda Nacional para proteger o Congresso.

Os oficiais que participaram da audiência concordaram na necessidade de uma revisão profunda sobre a troca de informação de Inteligência, operações e procedimentos internos para determinar reformas que apontem a evitar que situações como as de 6 de janeiro se repitam.

- "O pior do pior" -

O presidente da Comissão de Segurança Interna do Senado, o democrata Gary Peters, descreveu aquele dia fatídico como "um dos mais sombrios" da história do país e afirmou que os problemas de segurança no Capitólio marcaram "uma falha sistemática e de liderança", que deve ser corrigida.

Os legisladores também ouviram o testemunho estremecedor da capitã da polícia Carneysha Mendoza, que entre outras coisas relatou como tentou conter um grupo de invasores.

"De verdade foi o pior do pior", pois os manifestantes usaram gás lacrimogêneo nos enfrentamentos com a polícia, disse Mendoza, que sofreu queimaduras químicas na pele que ainda não se curaram.

"Poderíamos ter tido dez vezes a quantidade de pessoas que tínhamos e acho que ainda assim a batalha teria sido igualmente devastadora", afirmou.


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