Em uma humilde casa no município de Juanacatlán, na região metropolitana de Guadalajara, Fátima Castañeda recebe uma dupla de médicos em trajes de proteção brancos que ajudarão sua mãe e seu irmão, ambos acamados.
"Estão graves, embora ela um pouco mais por causa da idade e meu irmão por estar acima do peso", disse Castañeda à AFP.
A ONG mexicana Juntos contra el Dolor (Juntos contra a Dor) oferece o apoio de sua equipe médica aos pacientes que apresentam sorologia positiva para a covid-19,assim como o saneamento do local onde convalescem, principalmente em setores empobrecidos.
Castañeda, de 16 anos, pediu apoio por telefone para seus familiares. Em sua casa, com cerca de 40 metros quadrados, é difícil seguir as medidas de higiene porque não há serviço contínuo de água potável.
A atenção está voltada para "pacientes que, por causa da pobreza, não dispõem de recurso para atendimento público ou privado", explica Silvia Lua, fundadora e diretora da entidade.
A associação também atua "na gestão emocional de familiares e pacientes que muitas vezes se encontram em estado de choque ou crise pela impossibilidade de acesso a um hospital", acrescenta Lua.
O serviço inclui a revisão da pressão arterial e dos níveis de oxigênio no sangue, além da análise de estudos clínicos e radiografias, recomendações terapêuticas e medicamentos por uma semana, afirma José Fernández, médico responsável pelo projeto.
"Procuro ter empatia e me colocar no lugar do familiar que está passando" por essa situação, diz Fernández.
A iniciativa surgiu antes da saturação dos hospitais de Jalisco, que acumula mais de 75 mil casos confirmados da covid-19, segundo o governo local.
O México, com 126 milhões de habitantes, é o terceiro país mais afetado pela epidemia em números absolutos, com 178.108 mortes e dois milhões de casos confirmados.
GUADALAJARA