A seguir, uma cronologia dos acontecimentos que levaram ao processo de impeachment:
- Derrota eleitoral -
Apesar dos riscos provocados pela pandemia de coronavírus no país, a participação atingiu uma taxa recorde nas eleições de 3 de novembro.
Trump passou os meses antes da votação alertando para uma suposta fraude eleitoral e tentando impedir o voto por correio, que ele temia que favoreceria amplamente o rival democrata, Joe Biden.
Devido a um nível sem precedentes do voto por correio - para evitar filas e aglomerações pela pandemia -, os resultados finais não foram divulgados após algumas horas. A imprensa informa que Trump ficou furioso depois que o canal conservador Fox News atribuiu a vitória no estado do Arizona, tradicionalmente republicano, a Biden ainda na noite da eleição.
Em questão de dias, os advogados de Trump, liderados pelo ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, iniciam uma série malsucedida de ações judiciais para impugnar os resultados das eleições.
- Biden declarado vencedor -
Em 7 de novembro, Biden é declarado vencedor depois de triunfar no estado da Geórgia, historicamente republicano.
Em seu discurso na mesma noite, o democrata pede a união e estende a mão aos partidários de Trump, muitos deles convencidos da veracidade das afirmações, sem provas, do presidente republicano sobre a fraude eleitoral.
"Para todos aqueles que votaram no presidente Trump, entendo sua decepção esta noite. Perdi algumas eleições (...) Mas agora vamos nos dar uma oportunidade", disse Biden.
- Começa a recontagem na Geórgia -
Pressionado por Trump, o secretário de Estado da Geórgia, o republicano Brad Raffensperger, determina uma recontagem manual as cédulas do estado que confirma a vitória de Biden.
Trump insiste e exige uma recontagem adicional, que em 7 de dezembro reitera a vitória de Biden no estado por 11.779 votos.
- "Será selvagem!" -
Em 19 de dezembro, Trump convoca seus 88 milhões de seguidores nas redes sociais a viajar a Washington em 6 de janeiro, dia em que o Congresso se reunirá para certificar os resultados das eleições, no que normalmente é um evento simbólico e protocolar, para uma "grande protesto em DC".
"Estejam lá, será selvagem", tuitou.
- Trump exige que a Geórgia "encontre" votos -
Em 2 de janeiro, Trump liga para o secretário de Estado da Geórgia, Raffensperger, e pede que consiga mais votos para anular a vitória de Biden.
"O que eu quero fazer é isso. Só quero encontrar 11.780 votos", disse.
- Ataque ao Capitólio -
O vice-presidente Mike Pence divulga um comunicado no qual se opõe à demanda de Trump para que rejeite o voto do Colégio Eleitoral, enquanto o Congresso se reúne no Capitólio para certificar a vitória de Biden.
Trump afirma a milhares de seguidores furiosos nas proximidades da Casa Branca que marchem até o Capitólio e "lutem" por ele.
Horas depois, a multidão se reúne na entrada do Congresso e uma turba ataca o edifício, o que obriga a retirada dos congressistas dos congressistas e de Pence para uma área segura.
Cinco pessoas, incluindo um policial, morrem nos distúrbios.
Depois que a polícia e Guarda Nacional restabelecem a ordem, o Congresso volta a se reunir e confirma o resultado eleitoral.
- Proibição do Twitter -
Em 8 de janeiro, o Twitter, canal favorito de comunicação de Trump com seus seguidores, expulsa o ainda presidente da rede social por tempo indeterminado.
- Segundo julgamento político -
Em 13 de janeiro, a Câmara de Representantes acusa Trump de incitar a insurreição. Dez republicanos votam ao lado dos democratas para respaldar a moção.
O início do julgamento político no Senado está programado para 9 de fevereiro, mas é pouco provável que consiga os votos de 17 senadores republicanos necessários para condená-lo e retirar seus direitos políticos.
- Da Casa Branca para a Flórida -
Em 20 de janeiro, Biden toma posse como novo presidente dos Estados Unidos diante do Capitólio.
Rompendo com a tradição e o protocolo, Trump se nega a a comparecer à cerimônia e viaja para seu resort de golfe em Mar-A-Lago, Flórida.
WASHINGTON