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Estado de Minas WASHINGTON

EUA estende tratado de desarmamento nuclear com a Rússia, apesar de tensões


03/02/2021 20:55 - atualizado 03/02/2021 21:01

Os Estados Unidos validaram, nesta quarta-feira (3), a prorrogação por cinco anos do tratado de desarmamento nuclear com a Rússia New START, poucos dias depois de Moscou ter aprovado a extensão, apesar das crescentes tensões com o Kremlin.

O anúncio ocorre a dois dias do prazo de expiração do pacto, em meio a crescentes tensões entre Washington e Moscou em torno da prisão do opositor russo Alexei Navalny, denunciada pelos Estados Unidos e pelos europeus.

"O presidente [Joe] Biden prometeu manter o povo americano a salvo das ameaças nucleares, restaurando a liderança dos Estados Unidos na questão do controle de armas e não proliferação", disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, em um comunicado.

"Hoje, os Estados Unidos deram o primeiro passo para cumprir essa promessa", acrescentou.

"Especialmente em tempos de tensões, ter limites verificáveis sobre as armas nucleares da Rússia com alcance intercontinental é de vital importância", considerou o Departamento de Estado, que destacou que este pacto faz com que os Estados Unidos, seus aliados e o mundo inteiro sejam mais seguros.

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou a extensão na sexta-feira, o que implica que este tratado, que foi acordado sob o governo do democrata Barack Obama em 2010, permanecerá em vigor até 5 de fevereiro de 2026.

O ministério das Relações Exteriores da Rússia comemorou a extensão do acordo, afirmando que ele garante a "preservação" de um mecanismo fundamental para "manter a estabilidade estratégica".

- Temas quentes -

O governo Biden já havia deixado claro que prorrogaria o tratado, mas também pressionaria a Rússia em outras áreas, abordagem oposta à de Trump, que gerou controvérsia ao expressar sua admiração por Putin.

Blinken exigiu na terça-feira a libertação "imediata e incondicional" de Navalny pela Rússia depois que o opositor foi condenado à prisão, além da de milhares de manifestantes da oposição.

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, pediu novamente à Rússia que libertasse dois cidadãos americanos: Paul Whelan, condenado por espionagem; e Trevor Reed, um ex-fuzileiro naval preso por agredir a polícia enquanto estava bêbado.

Soltá-los "imediatamente após a renovação do New START mostraria que a Rússia está pronta para deixar questões intratáveis para trás", disse Psaki aos repórteres.

Biden também quer investigar a intervenção russa nas eleições dos Estados Unidos, as supostas recompensas de Moscou ao Talibã por matar soldados americanos no Afeganistão e seu suposto envolvimento no massivo ataque hacker da SolarWinds.

Além do controle de armas, "permanecemos cientes dos desafios que a Rússia representa para os Estados Unidos e para o mundo", afirmou Blinken.

O Partido Republicano criticou Biden por estender o New START.

"Uma extensão de cinco anos dá a Putin exatamente o que ele pediu e faz com que os Estados Unidos percam uma influência crítica para trazer a Rússia de volta à mesa de negociações", advertiram Mike McCaul e Mike Rogers, republicanos dos comitês da Câmara de Representantes encarregados das Relações Exteriores e Defesa.

- Desafios -

A OTAN também saudou o anúncio e expressou seu apoio porque acredita que o pacto "contribui para a estabilidade internacional".

A organização ressaltou que considera a "extensão do tratado um começo e não o fim dos esforços para lidar com as ameaças nucleares e novas ameaças à estabilidade estratégica".

No entanto, ele observou que "a OTAN continua a ter uma visão clara dos desafios impostos pela Rússia".

O tratado New START é um dos últimos resquícios dos antigos pactos de redução de armas entre os ex-rivais da Guerra Fria. Ele limita os arsenais de ambos os países a 1.550 ogivas cada um, ou seja, 30% a menos do que o fixado em 2002.

As negociações não tiveram sucesso durante a presidência de Trump, que tentou expandir o acordo para incluir a China, cujo arsenal está crescendo rapidamente, embora siga longe do material que a Rússia e os Estados Unidos possuem.

Trump interrompeu as negociações depois de insistir que os termos de verificação sejam mais rígidos e que o tratado inclua as chamadas armas táticas, que a Rússia usa em zonas de conflito perto de suas fronteiras.

No comunicado, Blinken indicou que os Estados Unidos usarão essa extensão de cinco anos para realizar uma diplomacia que aborde "todas" as armas nucleares da Rússia e reduza "os perigos do moderno e crescente arsenal da China".


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