"Ainda estamos comprometidos em tentar chegar a um acordo negociado. Os talibãs não cumpriram seus compromissos", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
"Enquanto eles não respeitarem seu compromisso de renunciar ao terrorismo e pôr fim aos ataques violentos contra o exército afegão (...) é muito difícil chegar a uma solução negociada".
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que revisará o acordo assinado em fevereiro com os talibãs, principalmente para "avaliar" o respeito do grupo com seus compromissos, mas é a primeira vez que o seu governo expressa um julgamento claro sobre a atitude dos insurgentes afegãos.
O governo de Donald Trump chegou a um acordo histórico com os talibãs, que prevê a retirada total das forças americanas até maio em troca da promessa dos insurgentes de não permitir que grupos terroristas operem nas áreas que controlam.
O acordo também previa o lançamento das primeiras negociações diretas de paz entre os talibãs e as autoridades em Cabul, iniciadas em setembro, mas ainda não produziram resultados concretos, especialmente em termos de redução da violência.
O governo Trump reduziu o contingente militar dos EUA no Afeganistão para 2.500 soldados em 15 de janeiro, seu nível mais baixo desde 2001, um número que o novo governo democrata considera suficiente.
"No momento, acreditamos que temos o que é preciso para fazer o que queremos", anunciou o porta-voz. "Mas nenhuma decisão foi tomada sobre como será essa presença militar no futuro".
"Eu gostaria de dizer isso aos líderes do talibã: eles tornam qualquer decisão final sobre a presença militar (dos EUA) muito mais difícil por causa de sua relutância em entrar em negociações razoáveis, viáveis e confiáveis" com o governo afegão, acrescentou Kirby.
Ele reafirmou o desejo de Washington de que os afegãos cheguem a um acordo negociado.
"Os talibãs não estão cumprindo seus compromissos de reduzir a violência e abandonar seus laços com a Al Qaeda", finalizou.
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