"Condeno as leis raciais de 1938, cujo peso ainda sinto em meus ombros, bem como em toda a casa real de Saboia", escreveu o príncipe de 48 anos.
O príncipe considera que a assinatura de seu bisavô validou "um documento inaceitável".
E em homenagem às vítimas italianas do Holocausto, ele pediu "oficialmente perdão" em nome de sua família, de acordo com a carta postada em sua conta no Facebook e comentada em uma entrevista a uma rede de televisão italiana.
Manuel Filiberto de Saboia lembrou, porém, que a sua família deu uma contribuição decisiva para a unidade italiana e que, em 1848, consagrou direitos iguais para os judeus italianos. Além disso, vários de seus membros foram deportados para campos de concentração nazistas.
Vítor Emanuel, que reinou de 1900 até sua abdicação em 9 de maio de 1946, morreu no exílio no Egito em 28 de dezembro de 1947. Ele abdicou em 1946 para ceder o trono a seu filho Humberto II, que teve que abandonar o poder um mês depois e se refugiar na Suíça quando os italianos optaram pela elaboração de uma República por meio de um referendo.
A Constituição de 1946 impediu o retorno à Itália dos casais reais e dos descendentes masculinos da família Saboia, que reinava no país desde sua unificação em 1861.
O Parlamento acabou por modificar esta disposição em 2002, depois que Vítor Manuel de Saboia, 83 anos, bem como o seu filho Manuel Filiberto, jurarem fidelidade à República.
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