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Estado de Minas MOSCOU

Russos e americanos avançam em extensão do tratado New Start


22/01/2021 15:45 - atualizado 22/01/2021 15:55

Moscou e Washington deram um passo em direção a uma extensão in extremis por cinco anos do tratado de desarmamento nuclear New Start, com o Kremlin saudando nesta sexta-feira (22) a proposta nesta direção de Joe Biden.

"Só podemos saudar a vontade política de estender este documento", disse o porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmitri Peskov, a repórteres, acrescentando que a renovação do pacto dependerá dos "detalhes da proposta".

O governo americano anterior, liderado por Donald Trump, queria condicionar a renovação do tratado.

No entanto, "várias dessas condições não eram adequadas para nós, então vamos primeiro ver o que os americanos estão propondo e depois comentaremos", disse Peskov.

A porta-voz da Casa Branca Jen Psaki anunciou na quinta-feira que os Estados Unidos "pretendem buscar uma extensão de cinco anos do New START, como permite o tratado", considerando que "essa prorrogação faz ainda mais sentido quando a relação com a Rússia é tão adversa como é neste momento".

"À medida que trabalhamos com a Rússia para avançar nos interesses dos Estados Unidos, também trabalharemos para tornar a Rússia responsável por suas ações temerárias e adversas", disse Psaki.

Nos últimos meses, Vladimir Putin também se manifestou a favor da prorrogação do tratado por cinco anos, mas as negociações entre Washington e Moscou não tiveram sucesso. O tratado expira em 5 de fevereiro.

Último acordo do tipo assinado pelos ex-rivais da Guerra Fria, o tratado estabelece que ambas as potências nucleares podem possuir no máximo 1.550 ogivas cada (cerca de 30% do limite estabelecido em 2002). Também limita o número de lançadores e bombardeiros pesados a 800, um número que, no entanto, ainda é suficiente para destruir a Terra várias vezes.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, elogiou o pré-acordo entre russos e americanos, e incentivou os dois países a "trabalhar mais rápido para concluir o procedimento necessário para esta extensão do Tratado", disse sua porta-voz, Stéphane Dujarric.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também saudou a proposta de Joe Biden, dizendo que via "a extensão do tratado não como um fim, mas como o início dos esforços para fortalecer ainda mais o controle internacional de armas nucleares".

"Acordos que cobrem mais armas e incluem mais nações como a China devem estar na agenda no futuro", acrescentou em comunicado.

Eleito com a promessa de ter uma posição mais dura vis-à-vis a Rússia do que seu antecessor, Joe Biden, no entanto, pediu aos serviços de inteligência americanos "um exame global" do recente ataque cibernético atribuído aos russos e possível "interferência" nas últimas eleições americanas.

Esta análise também deve incluir informações publicadas na imprensa americana, segundo as quais a Rússia pagou "recompensas" ao Talibã para matar soldados americanos.

Respondendo às perguntas dos jornalistas, Peskov evitou esses dois assuntos e considerou que "muito dinheiro dos contribuintes americanos" foi gasto para acusar a Rússia, sem sucesso.

A diplomacia russa disse esta semana que espera um trabalho "mais construtivo" com Joe Biden para a extensão do New Start, considerando que o governo Trump havia liderado "uma campanha" para acabar com o controle de armas.

Donald Trump retirou os Estados Unidos de três acordos internacionais importantes: o da energia nuclear iraniana, o tratado INF sobre mísseis terrestres de médio alcance e o tratado Céus Abertos sobre a verificação de movimentos militares e a limitação de armamentos.

A Rússia, por sua vez, também deixou este último.


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