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Estado de Minas TUNES

Tensão continua na Tunísia após quarta noite de confrontos


19/01/2021 12:00

A capital da Tunísia, Túnis, permanecia sob tensão nesta terça-feira (19) após uma quarta noite de confrontos, apesar do toque de recolher devido ao coronavírus e da intervenção do presidente Kais Saied pedindo calma.

Em vigor desde outubro para tentar conter a pandemia, o toque de recolher a partir das 20h foi antecipado para as 16h de quinta a domingo e é acompanhado de um confinamento.

Os distúrbios estouraram em várias regiões um dia após o 10º aniversário da queda de Zine el-Abidine Ben Ali, que foi deposto em 14 de janeiro de 2011, e continuaram na noite de segunda para terça-feira.

Em Túnis, centenas de jovens atiraram pedras e alguns coquetéis molotov em policiais mobilizados em vários bairros da classe trabalhadora, incluindo Ettadhamen. A polícia disparou grandes quantidades de gás lacrimogêneo.

Em Sfax, a segunda maior cidade do país, os manifestantes incendiaram pneus e bloquearam estradas, segundo um jornalista da AFP no local.

Também ocorreram confrontos em Gafsa, onde moradores protestaram contra a destruição, por parte das autoridades, de um camelódromo, de acordo com outro jornalista.

A mídia local também reportou episódios de violência em Kef, Bizerte (norte) e Kasserine (centro-oeste), bem como em Susa e Monastir (centro-leste).

Esses protestos, que se repetem todo o mês de janeiro, quando se comemora aniversários de várias lutas sociais, não deram origem a reivindicações políticas claras e foram marcados por saques.

O Ministério do Interior anunciou 632 detenções na segunda-feira, e o Exército foi mobilizado para proteger alguns edifícios públicos.

"A raiva entre os jovens é negada e subestimada, especialmente porque os 11 governos (desde a queda de Ben Ali) não tiveram uma estratégia para abordar a questão central do emprego", disse Olfa Lamloum, diretora da organização não governamental Alerta Internacional, que atua nas áreas mais marginalizadas do país.

Os líderes políticos tunisianos permaneceram em silêncio. Apenas o presidente Kais Saied, eleito em 2019 com o apoio dos jovens, visitou Ettadhamen na segunda-feira e pediu que não ataquem pessoas, ou propriedades, em nome do "direito ao trabalho, à liberdade e à dignidade".


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