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Estado de Minas ESTADOS UNIDOS

Joe Biden enfrentará várias crises que serão destaque em seu governo

Novo presidente terá que lidar com a pandemia de COVID, uma crise econômica e um país totalmente dividido


19/01/2021 09:12 - atualizado 19/01/2021 09:45

(foto: NARINDER NANU / AFP)
(foto: NARINDER NANU / AFP)
Uma pandemia furiosa. Uma crise econômica. Um país dividido. Profundas feridas raciais. Joe Biden já tem toda sua agenda definida enquanto se prepara para tomar posse como o 46º presidente dos Estados Unidos na quarta-feira.

"O que é peculiar para Biden não é tanto que haja uma crise, mas o número de crises simultâneas", disse Mary Stuckey, professora de comunicação da Universidade Penn State.

Talvez a maior seja a pandemia de COVID-19, que assola os Estados Unidos, país que se aproxima das 400.000 mortes. "Temos 4.000 americanos morrendo de covid todos os dias", destacou David Farber, professor de História da Universidade do Kansas. "E a distribuição federal da vacina tem sido um desastre".

"Então eu acho que (esta crise) é central e que (Biden) terá que manter sua mente focada nela", acrescentou.

Biden já delineou um plano multifacetado para combater a pandemia, que inclui o aumento de testes e do rastreamento epidemiológico e a vacinação de 100 milhões de pessoas em seus primeiros 100 dias no cargo.

Um plano de resgate


Porém, a pandemia de COVID-19 não pode consumir toda a atenção do futuro chefe da Casa Branca, que aos 78 anos será o homem mais velho a tomar posse como presidente dos Estados Unidos.

Não são muitos os presidentes que assumem o poder com uma situação econômica como a que Biden herdará, embora alguns de seus antecessores tenham encarado um cenário pior.

"Em 1933, Franklin Roosevelt chegou à Casa Branca com uma taxa de desemprego de 25%, com o mercado de ações caindo quase 90% e com as pessoas incapazes de sacar suas economias dos bancos", lembrou Farber.

"Os Estados Unidos superaram situações piores", disse ele, observando que o próprio Biden, como vice-presidente de Barack Obama (2009-2017), ajudou a navegar pela crise econômica de 2008 "em um momento em que parecia que a economia mundial estava afundando".

Biden propôs recentemente um estímulo econômico de 1,9 trilhão de dólares, chamado Plano de Resgate dos Estados Unidos, a fim de revitalizar a principal economia mundial.

O pacote inclui US$ 400 bilhões para enfrentar a covid-19, US$ 440 bilhões para pequenas empresas e outros negócios afetados pela pandemia e US$ 1 trilhão de ajuda direta aos americanos, dos quais uma parte será um pagamento de 1.400 dólares aos mais necessitados, além de alguns pagamentos de 600 dólares já feitos em dezembro.

Legitimidade política


Shirley Anne Warshaw, professora de Ciência Política da Universidade Gettysburg, disse que a polarização política nos Estados Unidos após quatro anos com Donald Trump na Presidência representa um desafio totalmente diferente.

"Nunca nos vi tão divididos", afirmou Warshaw sobre o abismo que separa democratas e republicanos. "Vai ser muito difícil para o presidente Biden atrair essas pessoas para a arena política", apontou ela, "para a normalidade de acreditar que o governo trabalha para elas".

Farber disse que Biden, após a insurreição fracassada dos apoiadores de Trump no Capitólio, incitada pelo próprio presidente, também enfrenta uma crise de "legitimidade política".

"É uma crise que, para ser franco, é diferente de tudo o que os Estados Unidos viram desde a posse de Abraham Lincoln", semanas antes do início da Guerra Civil (1861-1865).

"Não há realmente nenhuma outra analogia", explicou ele. "Onde temos um presidente em fim de mandato que não aceita a legitimidade da transição de poder".

"Isso nunca aconteceu nos Estados Unidos".

Impeachment


Os primeiros dias de Biden no Salão Oval podem ser ainda mais complicados devido ao julgamento de impeachment de Trump, que foi acusado de incitar a insurreição no Congresso em 6 de janeiro.

"Isso vai consumir tempo", disse Farber, "o tempo que Biden precisa para obter a aprovação de seus indicados para o gabinete, tempo em que ele poderia lançar iniciativas políticas importantes".

"Não é a melhor maneira de começar um novo regime político."

E é improvável que o presidente que está de saída desapareça da cena política, mesmo que seja condenado pelo Senado e impedido de concorrer novamente.

"Será uma força barulhenta, impulsionando a crise pela direita, talvez durante todo o governo Biden, e há muito pouco que se possa fazer a respeito", acrescentou Farber.

Justiça racial


Biden também assumirá o comando de uma nação que foi abalada por meses de protestos por justiça racial após a morte de cidadãos negros nas mãos da polícia. "O governo Biden fará grandes esforços para lidar com a questão", afirmou Warshaw, "que há anos tem se agravado".

O presidente eleito demonstrou com sua escolha para o gabinete "a vontade de criar um governo diverso como os Estados Unidos nunca viram", indicou Farber.

"Ele está mostrando a seus apoiadores que os Estados Unidos estão tentando virar a página em questões como a justiça racial", disse ele. "É um gabinete que vai lidar com as questões de justiça racial".

O futuro chefe de gabinete, Ron Klain, já avisou que Biden começará a combater todas as crises em seus primeiros 10 dias de mandato.

Mas isso não é tudo, disse Klain em um comunicado. O futuro presidente também enfrentará outra crise - a das mudanças climáticas - no mesmo dia em que for empossado, quando tomará providências para retornar ao Acordo de Paris.


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