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Estado de Minas PARIS

Islã da França adota "carta de princípios"


18/01/2021 12:57

Uma associação francesa de representantes do culto muçulmano aprovou formalmente no domingo uma "carta de princípios" sobre o Islã na França que levará a uma reestruturação da segunda religião do país.

Após várias semanas de crise interna, os líderes do Conselho Francês para o Culto Muçulmano (CFCM) anunciaram no sábado um acordo sobre este texto afirmando a "compatibilidade" da fé muçulmana com a "laicidade" e a "igualdade entre homens e mulheres", além de rejeitar "a instrumentalização do Islã para fins políticos".

O presidente Emmanuel Macron exigiu esta reafirmação dos princípios republicanos como parte de sua ofensiva contra o separatismo e o Islã radical, que resultou em um projeto de lei que começará a ser debatido no Parlamento.

Macron aumentou a pressão sobre os representantes muçulmanos após os ataques jihadistas contra o professor Samuel Paty em meados de outubro e na Basílica de Nice duas semanas depois.

O presidente francês receberá os líderes do CFCM nesta segunda-feira.

De acordo com um comunicado do CFCM publicado na noite de domingo, a carta, cujo conteúdo não foi tornado público, afirma que "o princípio da igualdade perante a lei obriga qualquer cidadão, incluindo o muçulmano da França" a viver "dentro do quadro das leis da República, avalistas da unidade e coesão do nosso país".

Também faz referência a atos hostis contra muçulmanos na França, atribuídos a "uma minoria extremista que não deve ser confundida nem com o Estado nem com o povo francês".

Sua adoção abre caminho para a criação de um Conselho Nacional de Ímãs (CNI), que ficará encarregado de dar sinal verde aos ímãs que trabalham na França.

Nesse sentido, a carta protesta contra a "interferência" de Estados estrangeiros no exercício do culto muçulmano, algo que também está na mira das autoridades e do projeto de lei contra o separatismo.

Uma de suas disposições prevê uma estrutura mais rígida para doações estrangeiras que excedam 10.000 euros (US$ 12.000).

O chefe de Estado quer acabar, em quatro anos, com a presença na França de 300 imãs da Turquia, Marrocos e Argélia.


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