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Estado de Minas BRISBANE

Como um médico australiano conquistou os EUA com teste para covid-19 sem receita


11/01/2021 12:52

Criar dispositivos para detectar vírus era apenas um hobby para Sean Parsons. Hoje, esse médico australiano supervisiona a produção em massa de sua principal invenção: um teste para a covid-19 de venda livre, o primeiro a receber sinal verde do órgão regulador dos EUA.

Em fábricas em Brisbane, no leste da Austrália, os trabalhadores da Ellume, a empresa fundada por Parsons, montam pacientemente as peças desses kits cinzas, cujo tamanho e forma lembram um teste de gravidez.

O teste de Ellume permite saber em 15 minutos se você é portador do coronavírus. Em breve, ele estará disponível sem receita nas farmácias americanas.

Quando a agência que regula o setor de alimentos e remédios nos EUA (FDA, na sigla em inglês) aprovou os kits de emergência da Ellume, as fábricas de Brisbane produziam cerca de 16.000 por dia.

Agora, ele enfrenta o enorme desafio de acelerar o ritmo para chegar a 100.000 testes diários antes do final do mês, e a um milhão, no meio do ano.

"O objetivo é diagnosticar o máximo de pessoas possível, milhões de pessoas, e reduzir a transmissão do vírus", explica Parsons.

- Vários anos de demanda -

Cada kit inclui um swab para coletar uma amostra nasal que terá sua análise transmitida via Bluetooth para um aplicativo, disponível em smartphones, onde é possível verificar o resultado.

Embora a vacinação tenha começado nos Estados Unidos, ainda há um longo caminho até a imunidade coletiva, e Parsons está convencido de que ainda haverá "vários anos de demanda" por seus testes.

Para entender a origem de sua invenção, é preciso voltar a 2010, durante a epidemia de influenza A (H1N1), quando Sean Parsons trabalhava em um hospital em Brisbane, e foi cercado por pessoas que queriam fazer um teste.

O médico se viu diante do caso de um adolescente que mais tarde teria o diagnóstico positivo.

"Se tivesse obtido um resultado mais rápido, se não tivesse passado quatro horas em uma sala de espera, transmitindo o vírus para não sei quantas pessoas, talvez tivéssemos sido mais eficazes", diz.

Ele então começou a pensar em como produzir um dispositivo que pudesse detectar rapidamente doenças semelhantes à gripe.

No início, "era como um hobby", explica ele. Mas, no final de 2011, a Ellume tinha fundos suficientes para que Sean Parsons pudesse se dedicar em tempo integral ao seu projeto.

Quando o vírus começou a se espalhar, a Ellume já havia desenvolvido um mecanismo de detecção para fabricar um teste contra a gripe, que poderia ser feito pelo próprio paciente.

A empresa até estabeleceu uma associação para fazer testes contra a tuberculose.

- Ajuda dos Estados Unidos -

Em fevereiro de 2020, antes mesmo de a Austrália fechar suas fronteiras para se proteger da covid-19, Sean Parsons e suas equipes dedicavam seus esforços para adaptar esses dispositivos ao novo coronavírus.

A Ellume então obteve 31 milhões de dólares em ajuda de agências governamentais nos Estados Unidos, razão pela qual este país será o primeiro a receber o novo teste.

Um ensaio clínico mostrou que o dispositivo é 96% tão eficaz quanto um teste de laboratório, o que convenceu a FDA a emitir uma autorização com urgência.

Embora os Estados Unidos tenham prioridade, Sean Parsons espera desenvolver o teste em todo mundo.

Ele espera obter autorização europeia este ano. Demorou oito anos para ajustar a tecnologia e oito meses para adaptá-la à covid-19, mas Sean Parsons já tem planos para o futuro.

"Criar as ferramentas para enfrentar a próxima pandemia", afirmou. "É inevitável e devemos estar preparados", completa.


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