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Estado de Minas PARIS

Após ano em branco, comunidade internacional se reúne para proteger biodiversidade


11/01/2021 11:02

A comunidade internacional se reúne nesta segunda-feira (11), em uma cúpula em Paris sobre a biodiversidade, dedicada a intensificar e a lançar novos planos de conservação após um ano de quase total inação, e também voltada para a prevenção de pandemias, como a da covid-19, que saltou do mundo animal para o humano.

Patrocinada pela França, a quarta edição da "One Planet Summit", parcialmente virtual, contará com a participação da chanceler alemã, Angela Merkel; do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson; do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez; do presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado; assim como do secretário-geral da ONU, António Guterres; e do príncipe Charles da Inglaterra, entre outros.

Junto com as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade é um dos maiores desafios que a Humanidade enfrentará nos próximos anos, e os dois fenômenos estão relacionados, segundo os cientistas.

Entre 1970 e 2016, o mundo perdeu mais de dois terços dos vertebrados, com um colapso brutal em algumas regiões, como nas zonas tropicais da América Central e do Sul (-94%), segundo relatório alarmante publicado em setembro pela organização WWF.

Apesar da necessidade de ação, a pandemia obrigou a suspensão de dois eventos internacionais considerados fundamentais no ano passado: o Congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), em Marselha (França), e a COP15 de Kunming (China), cujo objetivo era elaborar um plano global para proteger e restaurar ecossistemas até 2050.

- Novas coalizões -

De olho nas duas reuniões adiadas para mais tarde este ano, a cúpula de segunda-feira terá como foco quatro temas: proteção dos ecossistemas terrestres e marinhos, promoção da agroecologia, mobilização de financiamento e a ligação entre desmatamento, espécies e saúde humana.

Lançada em San José em outubro de 2019, a Coalizão de Alta Ambição para a Natureza e os Povos tentará convencer novos países a aderirem a esta iniciativa, que conta, até o momento, com mais de 45 membros. O objetivo é proteger 30% dos espaços naturais da Terra até 2030.

A Costa Rica quer convencer seus pares a agir com maior rapidez e comprometimento, a exemplo da Coalizão de Grandes Ambições que esteve por trás do trabalho discreto e intenso que tornou possível o histórico Acordo de Paris 2015 contra o aquecimento global.

A Coalizão "trabalhará duro este ano" para "desempenhar um papel" nas negociações internacionais com vistas a chegar a um acordo global sobre a biodiversidade, disse à AFP a ministra costarriquenha de Meio Ambiente e Energia, Andrea Meza.

Segundo a ministra, apesar de a pandemia atrasar as negociações, também demonstrou "que, quando os governos tomam decisões, podem haver efeitos importantes voltados para o bem comum e para as pessoas (...) com resultados imediatos".

A França também apresentará um novo grupo, a Coalizão por um Mar Mediterrâneo Exemplar em 2030, que atualmente conta com seis países, entre eles a Espanha, para promover a pesca sustentável e o transporte marítimo naquela região, combater a poluição marinha e preservar a biodiversidade.

Outra coalizão terá a missão de dedicar 30% do financiamento público climático de seus membros a soluções baseadas na natureza, às quais poderá se juntar uma aliança de investidores privados.

- Luta contra zoonoses -

O programa desta cúpula de um dia também inclui o lançamento do PREZODE, uma iniciativa internacional de pesquisa dedicada à prevenção de zoonoses, ou seja, doenças que são transmitidas de animais para humanos. Este foi o caso da covid-19.

Para muitos especialistas, a destruição de ecossistemas, principalmente devido à agricultura e à urbanização, multiplica os contatos entre as espécies, facilitando a transmissão de doenças e de infecções.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, falará durante a reunião.

A cúpula será precedida de um fórum dedicado à "Grande Muralha Verde" da União Africana para o combate à desertificação na região do Saara. O objetivo será iniciar compromissos financeiros de um total de US$ 10 bilhões.


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